Norte-americano preso em gruta turca motiva operação internacional de resgate

8 de Setembro 2023

Socorristas de toda a Europa foram chamados a uma gruta na Turquia para tentar salvar um investigador americano que ficou preso a quase 1.000 metros abaixo da entrada, depois de sofrer uma hemorragia no estômago.

O experiente espeleólogo Mark Dickey, de 40 anos, adoeceu subitamente durante uma expedição com um grupo de outras pessoas, incluindo três outros americanos, na gruta de Morca, nas montanhas Taurus, no sul da Turquia, informou a Associação Europeia de Socorristas de Grutas.

Embora as equipas de salvamento, incluindo um médico húngaro, tenham chegado a Dickey e o tenham tratado, poderão demorar dias ou mesmo semanas até que consigam retirá-lo da gruta, que é demasiado estreita para a passagem de uma maca.

Numa mensagem de vídeo enviada do interior da gruta e disponibilizada hoje pelo governo turco, Dickey agradeceu à comunidade espeleológica e à Turquia pelos seus esforços.

“O mundo da espeleologia é um grupo muito unido e é incrível ver quantas pessoas responderam “, disse Dickey, que agradeceu especialmente “a resposta rápida do governo turco para conseguir os suprimentos médicos de que precisava. Na minha opinião, salvou minha vida. Eu estava muito perto do limite”.

O espeleólogo, que é visto de pé e a movimentar-se no vídeo, disse que, embora esteja alerta e a falar, não está “curado por dentro” e vai precisar de muita ajuda para sair da gruta. Os médicos irão decidir se ele terá de sair da gruta numa maca ou se poderá sair pelos seus próprios meios.

Dickey, que estava a sangrar e a perder líquido do estômago, parou de vomitar e comeu pela primeira vez em dias, de acordo com um grupo de salvamento em grutas de Nova Jérsia (EUA) a que está ligado.

A caverna também é bastante fria (quatro a seis graus Celsius) e a comunicação com o espeleólogo demora cerca cinco a sete horas.

Yusuf Ogrenecek, da Federação Espeleológica da Turquia, disse que uma das tarefas mais difíceis das operações de resgate em cavernas é alargar as passagens estreitas das cavernas para permitir a passagem de macas a baixas profundidades.

Os cabos de maca são difíceis de manejar e requerem socorristas experientes que trabalham longas horas, disse Ogrenecek

Os médicos irão decidir se ele terá de sair da gruta numa maca ou se poderá sair pelos seus próprios meios.

O esforço de salvamento envolve atualmente mais de 170 pessoas, incluindo médicos, paramédicos que estão a tratar de Mark Dickey e espeleólogos experientes, disse Ogrenecek, acrescentando que a operação de salvamento pode demorar duas a três semanas.

A operação inclui equipas de salvamento da Bulgária, Croácia, Hungria, Itália, Polónia e Turquia.

Mark Dickey foi descrito pela associação como “um espeleólogo altamente treinado e ele próprio um salvador de cavernas”, bem conhecido como investigador do subsolo, ou espeleólogo, devido à sua participação em muitas expedições internacionais.

O investigador estava numa expedição que mapeava o sistema de cavernas Morca, a 1.276 metros de profundidade, para a Associação do Grupo de Espeleologia da Anatólia.

As equipas de salvamento esperam que a extração possa começar no sábado ou no domingo. A gruta foi dividida em várias secções e cada uma será gerida por uma equipa de resgate de cada país envolvido.

O Serviço Húngaro de Salvamento em Grutas, constituído por socorristas voluntários, foi o primeiro a chegar ao local onde se encontrava o espeleólogo e realizou transfusões de sangue de emergência para estabilizar o seu estado.

LUSA/HN

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