A FNAM tinha oito propostas em cima da mesa, mas o Governo decidiu não as incorporar. Em declarações ao HealthNews, depois da sétima reunião extraordinária, esta terça-feira, Joana Bordalo e Sá frisou: é uma decisão unilateral, sem aprovação da Federação Nacional dos Médicos, e o resultado será da inteira responsabilidade do Governo.
O Governo decidiu-se por “mais trabalho e condições de trabalho piores, e com prejuízo dos doentes”, criticou a presidente Joana Bordalo e Sá. A FNAM “não pode aceitar” que parte dos salários dos médicos de família dependam do número de exames e receitas prescritos, que as horas extraordinárias sejam 250, nove horas de trabalho, sábados a trabalhar para médicos que não fazem urgências, alteração dos descansos depois de uma noite de trabalho, ou salários com um aumento de pouco mais de 100 euros para a esmagadora maioria dos médicos, “ao contrário do que está a ser propagandeado”.
“Chegamos à conclusão que afinal nós precisamos mesmo é de um ministro que perceba de saúde”, disse Joana Bordalo e Sá.
A decisão do Governo obriga a FNAM a intensificar a luta: 17 e 18 de outubro haverá greve nacional. Joana Bordalo e Sá recordou ainda a intenção de, em Bruxelas, expor a situação aos eurodeputados e à comissária europeia da Saúde.
“É preciso que haja unidade entre as várias estruturas de associações médicas, portanto vamos convocar uma reunião a muito curto prazo com outras organizações médicas”, “e também tencionamos ser um motor de uma plataforma com outras organizações de saúde que queiram defender as carreiras e o Serviço Nacional de Saúde, porque é isso que está em causa”, revelou a médica.
HN/RA
0 Comments