Ignacio Para Rodríguez-Santana: Reforma que começa em janeiro de 2024 “é um projeto extremamente atrativo”

28 de Setembro 2023

O presidente da Fundação Bamberg considera a reforma que se prepara em Portugal “um modelo muito interessante”, que espera que possa ser apresentado em Espanha. Esta quarta-feira, no evento da Bamberg Health, Ignacio Para Rodríguez-Santana desenvolveu essa ideia em conversa com o HealthNews.

“Este é um evento que fazemos anualmente em Portugal, uma cimeira sobre inovação em ciências da saúde. Creio que é um evento muito relevante porque é uma oportunidade para reunir autoridades, especialistas, políticos, gestores, médicos, que trabalham em torno da saúde e que estão imersos num processo inovador, de inovação na terapêutica, de inovação nos medicamentos, de inovação na organização”, caminhando para uma “nova medicina” que se baseia mais na génese da doença, – “ou seja, em todo o desenvolvimento molecular, que é onde se produzem as doenças que depois acabam por danificar os órgãos”, começou por explicar Ignacio Para Rodríguez-Santana.

No Portugal Healthcare Innovation Summit, Ignacio Para Rodríguez-Santana disse ainda que a Fundação Bamberg, que completa 20 anos no próximo ano, não tem atuado apenas em Espanha, “porque é muito importante saber como funcionam outros países, que, no fundo, têm os mesmos problemas, mas aplicam soluções distintas, e temos de descobrir quais são as mais eficazes para poder apresentar a estes políticos, gestores e responsáveis dos sistemas de saúde propostas de melhoria dos sistemas. Nós publicámos mais de 15 livros sobre modelos de futuro de gestão da saúde, mas há uns anos publicámos um livro que se intitula Un nuevo sistema sanitario para España. La despolitización de la sanidade – portanto, que não se use a saúde como ferramenta política, e menos como ferramenta de poupança”, contou.

Para o presidente da Fundação Bamberg, “estamos num momento muito interessante porque, em Portugal, há um projeto de reforma que se vai iniciar em janeiro de 2024 e que é extremamente atrativo”. “É um projeto novo, disruptivo, mas é um projeto que vai conseguir, se Deus quiser, que o sistema induza as pessoas, os profissionais, os gestores a trabalhar em direção à excelência. Ou seja, não vai depender de que tenhamos um melhor ou pior diretor de um hospital ou de um centro de saúde; essa mesma organização leva a que se faça da maneira mais eficiente, mais eficaz e mais benéfica para os cidadãos e os doentes.”

“É um modelo que já se desenvolveu de maneira parcial na Comunidade Autónoma de Valência, com muitíssimo êxito. Economicamente era muito mais eficiente; do ponto de vista da saúde conseguia-se menos morbilidade. Fez-se um trabalho de prevenção da doença e promoção da saúde e de diagnóstico precoce muito bom. E foi um modelo que funcionava com participação também público-privada. De alguma maneira, a gestão privada é a que nos está a dar um pouco os parâmetros e o paradigma de como deve ser uma gestão, independentemente de o proprietário ser uma entidade privada ou pública”, acrescentou.

“É um modelo muito interessante, no qual estamos muito interessados e que esperamos que possa ser apresentado em Espanha por parte das autoridades de saúde portuguesas”, concluiu.

HN/RA

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