Os sindicatos médicos voltam hoje à mesa de negociações com o Ministério da Saúde, numa semana marcada por uma greve de dois dias.
Momentos antes de iniciar a reunião, Joana Bordalo e Sá defendeu que o braço de ferro acabou por surtir algum efeito. “O facto de continuarmos a lutar e de os colegas recusarem fazer mais do que as 150 horas extraordinárias obrigou o Ministério da Saúde a reunir com os sindicatos”.
No entanto, afirmou que as expectativas para a reunião de hoje são “muito baixas”, pois “os médicos aprenderam a não confiar na palavra do ministro da Saúde.”
Questionada sobre a proposta apresentadas na última reunião, Bordalo e Sá disse tratar-se de uma documento que “promove a desigualdade entre os médicos”.
“A proposta apresentada mostra alguma abertura. O problema é que o regime das 35 horas semanais não é para todos os médicos, é só para os médicos que fazem urgência. Portanto, trata-se de uma proposta que é desigual. Isto não faz sentido quando há falta de médicos em todos os lados”, disse.
A responsável defendeu, por isso, que “as 35 horas semanais têm de ser para todos, tanto para os médicos que fazem urgência e para os que não”, abrangendo médicos hospitalares, médicos de família e os médicos de saúde pública.
Sobre as palavras de António Costa a propósito da reunião de hoje, em que o próprio disse esperar cedência por parte dos sindicatos perante “um gigantesco passo do Governo”, afirmou: “Sabemos que o senhor primeiro-ministro é muito hábil nas palavras, mas não passa aos atos ou a propostas concretas através do seu ministério da Saúde”.
A FNAM voltou a frisar o impacto da recusa dos médicos de fazer mais horas extraordinárias no funcionamento dos serviços e na saúde das pessoas. “O Governo tem a escolha de investir e valorizar os profissionais de saúde”, reforçou.
A federação garantiu que as greves anunciadas para 14 e 15 de novembro vão ser mantidas.
HN/VC
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