Paula Galvão Responsável da Rede Clínica da Médis

Dar luta ao Cancro

10/26/2023

O diagnóstico de cancro pode ser avassalador e desencadear uma série de reações emocionais, como medo, ansiedade, raiva, tristeza e incerteza sobre o futuro. Lutar contra o cancro é uma batalha emocional, física e psicológica que afeta não apenas o doente, mas também os seus familiares.

Cuidar de alguém com cancro pode ser emocionalmente desgastante, e é comum a sensação de impotência. Tanto o doente que recebe a notícia indesejável quanto as pessoas ao seu redor são afetadas, passando por fases de receio, descrença e necessidade de conforto e apoio para se tornarem pilares na luta contra a doença. São inúmeras as consequências desta patologia, que atinge ainda a autoestima e imagem do doente, devido aos efeitos colaterais dos tratamentos, como perda de cabelo, cicatrizes e alterações físicas.

Nessa jornada difícil, o apoio psicológico desempenha um papel fundamental para ajudar a enfrentar os desafios emocionais e mentais associados à doença. É assim necessário proporcionar um espaço para que o doente e os seus familiares expressem seus medos e preocupações, construindo resiliência emocional para enfrentar os desafios do tratamento. Isso inclui o desenvolvimento de estratégias para lidar com o stress e a ansiedade, com vista a melhorar a qualidade de vida e fortalecer a motivação para continuar o tratamento com confiança e esperança.

Mas não é necessário fazerem este caminho sozinhos. Os profissionais de saúde desempenham um papel fundamental, ajudando não só aceitar todas as mudanças, mas também a fornecer informações sobre a doença e seus tratamentos, apoiar doente e respetivos familiares e cuidadores e ainda a ensinar a cuidar de si próprio durante todo esse processo desafiador.

E é aqui que também entram em cena os seguros de saúde. São várias as seguradoras que disponibilizam condições especiais para doentes oncológicos, mas são raras as que incluem um acompanhamento mais personalizado, durante todas as fases da doença. E se analisarmos com atenção, bastam pequenos gestos – como responder a questões que o doente tem, ajudar a compreender o que está acontecer, oferecer apoio psicológico não só ao doente, como aos familiares e cuidadores – para fazer a diferença nesta fase difícil da vida.

Uma doença como esta não deve ser tratada de forma igual às outras. Certos processos não devem ser realizados sozinhos, mas sim com acompanhamento adaptado de equipas especializadas. Deve ser este o tipo de apoio a ser cada vez mais valorizado pela Sociedade.

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