Na terça-feira, o Conselho de Administração do CHTV anunciou que a urgência em cirurgia e ortopedia estará encerrada à noite durante o mês de novembro e que a via verde coronária estará inativa por 12 dias.
Em comunicado hoje divulgado, Carla Antunes Borges considerou a situação inadmissível, porque “as urgências são fundamentais”, e questionou: “A seguir, o que é que vai acontecer?”.
No seu entender, “quando uma administração não consegue garantir um dos serviços mais importantes para as populações revela-se incapaz de fazer o seu trabalho”.
A autarca social-democrata perguntou também como é que ficarão os doentes, que, para serem atendidos em Coimbra, “terão pela frente uma viagem pelo IP (Itinerário Principal) 3 de cerca de uma hora”, enquanto muitos outros serão “empurrados para os privados”.
Uma vez que no seu concelho se situa o Hospital de Cândido de Figueiredo (que integra o CHTV), Carla Antunes Borges vai pedir uma reunião à administração do centro hospitalar, com caráter de urgência, para perceber o impacto que a greve dos médicos às horas extraordinárias poderá ter.
Carla Antunes Borges lembrou que tem alertado “para a necessidade de ser feita uma avaliação rigorosa dos recursos” e apontou o dedo também ao Governo.
“A administração não é a única com responsabilidades, a tutela também as tem por ser inoperante na gestão dos recursos humanos. Não basta fazer obras, que mesmo com fundos disponíveis são de difícil concretização”, defendeu.
Na quarta-feira, a comissão distrital do PSD defendeu a demissão do presidente do CHTV, por entender que “falhou e não reúne condições” para se manter.
O PSD recordou que já tinha alertado em 07 de outubro para a possibilidade “de vários serviços essenciais do Centro Hospitalar Tondela-Viseu poderem deixar de funcionar”, referindo que, na altura, o partido foi acusado de lançar “alarme social”.
Na terça-feira, o Conselho de Administração admitiu que, “no atual contexto de indisponibilidade” dos médicos, o CHTV assumiu a “responsabilidade de estabelecer um plano estratégico de minimizações dos danos na população”.
Assim, decidiu concentrar “os recursos existentes para o máximo de eficiência assistencial, ativando a resposta em rede do SNS de forma racional, promovendo as transferências para o hospital de referência dos doentes de tratamento urgente”, referiu.
LUSA/HN
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