Confiança nos serviços de saúde está a recuperar

27 de Abril 2021

O nível de confiança dos portugueses na capacidade de resposta dos serviços de saúde à Covid-19 e às outras patologias está a recuperar, revelou esta terça-feira a diretora da Escola Nacional de Saúde Pública (ENSP), Carla Nunes.

Numa intervenção na reunião no Infarmed, em Lisboa, que junta especialistas, membros do Governo e o Presidente da República para a análise da situação epidemiológica do país, Carla Nunes destacou a evolução positiva dos cidadãos no recurso às consultas na primeira quinzena de abril, com apenas 10,4% das pessoas a indicar a decisão de não ir a uma consulta, por oposição a 24,5% entre 23 de janeiro e 05 de fevereiro.

“A confiança na capacidade de resposta dos serviços de saúde à Covid-19 e outras doenças mantém a tendência de recuperação registada desde fevereiro, verificando-se que 80,2% assinala estar ‘confiante ou muito confiante’ na capacidade de resposta à Covid-19 e 51,2% assinala estar ‘confiante ou muito confiante’ na capacidade de resposta a outras doenças”, pode ler-se no documento da ENSP.

Igualmente em alta está a perceção da segurança e da eficácia das vacinas, já que 87,6% dos inquiridos consideram as vacinas seguras ou totalmente seguras, enquanto 89,9% consideram as vacinas eficazes ou totalmente eficazes. Esses aspetos refletem-se também na intenção de se tomar a vacina, na qual se verificou uma pequena redução na percentagem de pessoas que não quer tomar a vacina: de 7,9% para 5,10%.

Numa análise mais detalhada da intenção face à vacina, Carla Nunes apontou a idade como o critério mais distintivo.

A faixa da população ativa, entre 26 e 65 anos, tem uma maior probabilidade de responder que não quer tomar a vacina, enquanto o grupo etário 26-45 anos tem maior probabilidade de responder que ainda não decidiu, sendo esses mesmos grupos etários os que têm maior probabilidade de duvidar da eficácia ou da segurança da vacina.

Perante a evolução do plano de vacinação contra a Covid-19 para estas faixas etárias mais jovens, o documento elaborado pela diretora da ENSP alerta que “poderão surgir novos desafios à adesão, sendo essencial reforçar a informação sobre eficácia e segurança específica para estes grupos etários”.

LUSA/HN

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