Em declarações ao nosso jornal, o responsável chamou a atenção para a importância existir “alguma continuidade nas políticas de saúde”. Questionado sobre a manutenção das Unidades Locais de Saúde, Xavier Barreto afirmou: “A reforma das ULS deve ser mantida. Não podemos andar de seis em seis meses ou de ano em ano a mudar tudo. Temos de ter alguma continuidade nas políticas. Portanto, acredito que esta medida tem de ter continuidade e ser aprofundada.”

“A integração de cuidados é positiva, podendo resultar em melhores indicadores para a saúde e, portanto, temos de prosseguir este caminho. É claro que houve alguns problemas de planeamento… A questão das ARS é, se calhar, o melhor exemplo daquilo que não correu bem. Muitas das competências que deviam ter sido distribuídas, pela ULS e pela Direção-Executiva, não foram”, observou.

Sobre o plano de contingência para o verão que está a ser preparado pelo novo Executivo, o dirigente da APAH defende que “não se pode afastar daquilo que tivemos em períodos anteriores. Os recursos humanos são o que são. Não vamos ter grande diferença. Não vamos agora, de repente, contratar muitos mais profissionais. Portanto, o plano terá necessariamente que implicar um funcionamento rotativo, à semelhança daquilo que temos tido no último ano.”

Com a demissão de Fernando Araújo e as dúvidas sobre a nova liderança da Direção-Executiva do Serviço Nacional de Saúde, Barreto disse esperar que o novo Diretor Executivo seja altamente conhecedor do SNS.

“Diria que temos de ter uma liderança muito conhecedora do Serviço Nacional de Saúde. Não estamos numa fase em que possamos nomear alguém que conheça mal o SNS. É por isso que vamos precisar de uma figura que seja reconhecida pelos pares e que possa, muito rapidamente, agarrar todas estas ‘pontas soltas’ e dar um rumo reforçado a esta reforma”, disse.

Em relação à carreira dos administradores hospitalares, o presidente da APAH realçou: “O papel do administrador hospitalar é fundamental para o bom funcionamento do sistema. É por este motivo que a progressão na carreira é uma material de elevada importância. Esta indefinição tem muitos anos, mas felizmente este Governo deu um sinal positivo ao colocar esta questão no seu programa. Importa agora concretizar esta questão.”

HN/VC