Em declarações à agência Lusa cerca das 08:30, Amália Alface da Comissão de Utentes da Saúde de Algueirão-Mem Martins (CUSAMM) explicou que o protesto visa, mais uma vez, o agravamento das condições de acesso à saúde naquela freguesia.
“Desde a criação deste centro de saúde, em abril de 2021, temos feito várias ações de protesto por causa da falta de meios humanos. Quando foi inaugurado, supostamente deveria ter mais meios, mas desde então a situação piorou”, contou.
De acordo com Amália Alface, quando o Centro de Saúde foi inaugurado, 66% das pessoas em mais de 40 mil inscritos não tinham médico de família, hoje são mais de 82%.
“Neste momento há cinco médicos, sendo que destes, dois não estão a serviço, um por licença de maternidade e outro por questões de saúde. Deveríamos ter 25”, sublinhou.
Amália Alface reconhece que os problemas na saúde são transversais a todo o país, mas na maior freguesia de Sintra a situação é “abismal”.
“A situação é gritante. Temos pessoas que vêm as 05:00 às vezes às 04:00 para conseguirem uma consulta. Os governantes não olham para esta freguesia. Estamos completamente abandonados”, frisou.
Segundo Amália Alface, há uns meses fizeram uma recolha de assinatura para exigir mais meios humanos para a unidade de saúde, mas não têm tido qualquer feedback.
“Nós lutamos pela defesa do Serviço Nacional de Saúde porque só o Serviço Nacional de Saúde pode dar uma resposta à população no acesso à saúde”, disse.
O centro de saúde de Algueirão Mem-Martins foi inaugurado no dia 25 de abril de 2021 pelo primeiro-ministro, António Costa, e representou um investimento na ordem dos quatro milhões de euros, de acordo com o ‘site’ da Câmara Municipal de Sintra.
LUSA/HN
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