Marta Temido, atual deputada do PS, falava no parlamento, depois de os jornalistas a terem confrontado com o facto de a presidente do Conselho de Administração do CHULN, Ana Paula Martins, ter adiantado que já recebeu o relatório final da auditoria interna a esse caso e que o enviou à Inspeção Geral da Saúde (IGAS) e à tutela.
“Ouvi a menção que a presidente do Conselho de Administração do CHULN hoje fez sobre esse tema. Não conheço esse relatório e não posso pronunciar-me sobre o meu [à época] secretário de Estado [Lacerda Sales], nem sobre nenhum outro envolvido. Não posso avaliar o que é comum ou incomum”, alegou a ex-ministra.
Perante os jornalistas, procurou repetir a seguinte mensagem: “Eu, Marta Temido, sempre estive disponível para responder em todas as circunstâncias”.
“A auditoria foi conhecida hoje, ao fim da manhã, pela presidente do Conselho de Administração, que a mencionou. Alguém honesto pode comentar alguma coisa sobre isso?”, interrogou-se.
Depois, Marta Temido queixou-se da atitude do conjunto dos jornalistas que a rodeou no parlamento, mais concretamente à frente da sala da direção do Grupo Parlamentar do PS.
“Temos de ter muito cuidado com o serviço que estamos a prestar à democracia. A cidadã Marta Temido está disponível para responder em todo o lado sobre aquilo que fez no exercício das suas funções como ministra da Saúde. Os senhores jornalistas, que têm várias fontes, sabem muito bem o que é de lei e o que não é de lei, mas não acho razoável esta situação, em que as pessoas entendem que não é momento para falar e haver esta impossibilidade de nós conseguirmos sequer circular [no parlamento] com tranquilidade”, protestou.
Face à insistência dos jornalistas, a ex-ministra da Saúde reagiu novamente: “Disse já que este não é o momento nem o sítio próprio para falar”.
“Agora, se esperam que eu vá a deslizar à vossa frente para passarem as imagens da deputada a fugir, eu isso não farei. Ficarei à vossa frente. Entendo que o sítio próprio não é à frente dos jornalistas, que respeito, e nestas condições”, argumentou.
Interrogada se já foi convidada para prestar declarações em algum órgão de inquérito sobre o caso das gémeas luso-brasileiras, Marta Temido afirmou que não.
“Quando for direi. Isso acontecerá quando e se for julgado oportuno pelos órgãos próprios”, acrescentou.
Hoje, a presidente do CHULN foi ouvida na Comissão Parlamentar de Saúde, a pedido do PS, sobre o “alegado favorecimento de duas bebés gémeas, que sofrem de atrofia muscular espinhal, no acesso ao tratamento com o medicamento Zolgensma”.
LUSA/HN
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