Antony Blinken, que termina esta quarta-feira uma visita de dois dias à Nigéria, no âmbito da deslocação a vários países africanos, encontrou-se, em Lagos, com médicos do Instituto Nigeriano de Investigação Médica, que está na vanguarda da luta contra a SIDA no país mais populoso de África.
O instituto tem recebido apoio do Governo dos EUA através do Plano de Emergência do Presidente para o Alívio da SIDA (Pepfar).
Este investimento maciço em tratamentos contra a SIDA, lançado em 2003 por um período de 20 anos, salvou 25 milhões de vidas, principalmente em África, segundo as autoridades norte-americanas.
Para Blinken, o trabalho do instituto nigeriano, que também está a ajudar outros países africanos, mostra a importância de prolongar rapidamente a vigência do Pepfar.
“Trata-se literalmente de salvar mais vidas, mudar mais vidas, combater o VIH/SIDA de uma vez por todas”, disse Blinken aos jornalistas no exterior da clínica.
O secretário de Estado dos EUA também foi informado sobre o trabalho do instituto contra a covid-19.
“O Pepfar está a ajudar a reforçar os sistemas de saúde pública, para que quando a próxima epidemia chegar – e vai chegar – nós e os países de todo o mundo estejamos numa posição muito melhor para lidar com ela de forma rápida e eficaz”, frisou.
“O que está em jogo é real e importante”, acrescentou.
O antigo Presidente republicano George W. Bush considera o Pepfar como uma das suas maiores realizações.
Até há pouco tempo, o programa gozava de um apoio quase unânime no Congresso dos EUA.
Mas a sua prorrogação por mais cinco anos não foi aprovada devido a profundas divisões no debate sobre o aborto nos EUA.
Embora a lei dos EUA proíba o financiamento público de organizações que prestam assistência ao aborto e o Supremo Tribunal tenha revogado o direito constitucional ao aborto em 2022, os republicanos querem proibir toda a ajuda a grupos de aconselhamento sobre saúde reprodutiva, receando que estes promovam o aborto.
Os democratas, campo do Presidente Joe Biden, recusam-se a considerar tais restrições, o que implicaria também o relançamento do Pepfar por um período mais curto, e as discussões estão atualmente num impasse.
No entanto, mesmo sem a renovação do Congresso, o Pepfar não será interrompido imediatamente devido ao financiamento contínuo.
Mas, argumentam os defensores do plano, os atores da saúde pública e outros doadores precisam de garantias do compromisso a longo prazo dos Estados Unidos neste domínio.
A visita de Antony Blinken a vários países africanos iniciou-se segunda-feira em Cabo Verde e na República Democrática do Congo, prosseguiu na Costa do Marfim e Nigéria, e termina quinta-feira em Angola.
LUSA/HN
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