Sob o mote “Por Cuidados Mais Justos”, a campanha do GECP visa sensibilizar para a importância do diagnóstico precoce e dos tratamentos oncológicos que salvam vidas, devendo o seu acesso ser igual para todos. A campanha tem também como objetivo criar a oportunidade de lutar por políticas públicas promotoras de equidade no acesso aos cuidados de saúde, no que se refere à prevenção, diagnóstico e tratamento para todos.
Em Portugal, o cancro do pulmão surge como uma preocupação significativa de saúde, sendo uma causa de mortalidade impactante com cerca de 4.600 mortes por ano, “o que demonstra a necessidade de implementar ações de prevenção e deteção precoce sobretudo no que diz respeito aos rastreios”, lê-se no comunicado de imprensa do GECP.
Ana Barroso, pneumologista, coordenadora da Unidade Multidisciplinar de Tumores Torácicos na Unidade Local de Saúde de Gaia/Espinho e membro da direção do GECP, afirma que “ao implementarmos programas de rastreio para detetar precocemente neoplasias malignas do pulmão estamos a investir no aumento das hipóteses de tratamento bem-sucedido. Hoje sabemos que o rastreio do cancro do pulmão em populações de risco reduz o número de mortes por esta causa.”
Atualmente, são diagnosticados, por ano, mais de 5.000 novos casos de cancro do pulmão em Portugal, 65% em estadios avançados.
A deteção precoce do cancro do pulmão “é fundamental”, reforça o Grupo, que alerta para a importância de consultar o médico assistente no caso de sintomas novos, como tosse persistente, hemorragia pela boca, dor torácica, dificuldade respiratória, rouquidão e alteração da voz, fadiga, perda de apetite ou dor óssea, ou perante agravamento dos sintomas pré-existentes.
“Acreditamos que um dos principais pilares da luta contra o cancro do pulmão começa com a consciencialização, melhoria da educação, promoção de medidas anti-tabaco e procura ativa por sinais precoces, colocando o poder de uma vida saudável nas mãos de cada um”, refere a especialista Ana Barroso, citada no comunicado de imprensa.
A nota do GECP não esquece a relação entre o tabagismo e o diagnóstico de cancro do pulmão – é bastante evidente, visto que mais de 80% dos doentes diagnosticados são fumadores ativos ou ex-fumadores. Informa o GECP que, em Portugal, 17% da população com 15 ou mais anos é fumadora, e que os riscos inerentes ao tabagismo são significativos, manifestando-se numa redução média de 10 anos na expetativa de vida para os indivíduos que fumam.
“A mudança de atitude é fundamental e deve começar pelo abandono do hábito de fumar. Além disso, a adoção de um estilo de vida saudável é essencial para melhorar o estado de saúde da população. Entre os vários comportamentos destacamos a prática regular de exercício físico, uma alimentação saudável e uma boa higiene de sono”, conclui Ana Barroso.
PR/HN
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