À agência Lusa, Alexandre Lourenço explicou que, “por várias ordens de razão”, a situação no próximo período outono/inverno “será completamente diferente”, a começar por melhores instalações com a conclusão do novo edifício das urgências, prevista para setembro.
“É uma questão bastante complexa, mas posso dizer que não vamos passar o que passámos este ano”, disse o administrador hospitalar, salientando que a administração está a trabalhar “a montante e jusante do serviço de urgência para ter uma resposta diferente à doença aguda na região”.
A ULS de Coimbra pretende ter uma resposta diferenciada quando existe pressão nas urgências hospitalares, com “mais capacidade na área da saúde primária, havendo total disponibilidade dos médicos de família para o fazer”.
“Os cuidados de saúde primários estão muito vocacionados para uma resposta programada, mas temos de trabalhar em conjunto para que quando exista maior pressão exista mais disponibilidade dos médicos de família para atender a doença aguda de forma crescente e de acordo com a pressão que existe”, sustentou.
Por outro lado, Alexandre Lourenço pretende criar comunidades de saúde intermunicipais com os municípios, para centralizar um conjunto de serviços comuns, dotando os cuidados de saúde primários de meios complementares de diagnóstico para que os doentes tenham uma resposta de proximidade à doença aguda.
“Estamos a trabalhar com as duas comunidades intermunicipais – Coimbra e Leiria – para criarmos comunidades de saúde, que são na prática agregações homogéneas de alguns municípios, e para que consigamos definir um plano de saúde, com uma governação clínica comum e a centralização de um conjunto de serviços”, explicou.
Por exemplo, o raio-X digital pode ser “feito em proximidade e depois um médico no centro hospitalar faz os relatos”, e na questão das análises clínicas também existe essa capacidade “de em uma hora, a partir do momento que se realiza o raio-X ou uma análise clínica, dar resposta ao médico de família”.
Vai existir também a possibilidade de doentes referenciados pelo médico de família passarem diretamente para o serviço de urgência sem triagem no hospital, quando “for caso disso”, além de um melhor planeamento das componentes relacionadas com o internamento hospitalar.
A ULS de Coimbra encontra-se ainda a criar equipas dedicadas e um centro de responsabilidade integrada no serviço de urgência, que vai “valorizar o trabalho médico, de enfermagem e de assistentes técnicos da urgência, permitindo um grande crescimento da remuneração destes profissionais, que se vai refletir num melhor atendimento aos doentes”.
“Será uma total mais-valia, porque sabemos que não vamos ter porventura todos os profissionais que necessitaríamos para ter a urgência completamente profissionalizada, mas também estou certo de que vai permitir pelo menos verificar que existe uma mais-valia para quem quiser desempenhar estas funções e ser bem remunerado”, considerou.
A ULS de Coimbra garante um raio de ação em 21 concelhos e aproximadamente 415 mil utentes, na qual cerca de metade são idosos e a densidade populacional é mais reduzida.
Esta estrutura integra o Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC), constituído pelos Hospitais da Universidade de Coimbra, Hospital Geral, Hospital Pediátrico e Maternidades Bissaya Barreto e Daniel de Matos, Hospital Sobral Cid, mais o Hospital Arcebispo João Crisóstomo, de Cantanhede, e o Centro de Medicina de Reabilitação da Região Centro – Rovisco Pais (Cantanhede).
Fazem ainda parte as unidades do Agrupamento de Centros de Saúde (AceS) do Pinhal Interior Norte e os centros de saúde de Coimbra – Celas, Eiras, Fernão Magalhães, Norton de Matos, Santa Clara e São Martinho do Bispo –, e de Cantanhede, Condeixa-a-Nova, Mealhada, Mira, Mortágua e Penacova, todos do AceS do Baixo Mondego.
LUSA/HN
0 Comments