O espaço sensorial INZONE visa possibilitar a pessoas com perturbação do espetro do autismo, disfunção do processamento sensorial, défice intelectual e doença de saúde mental, assistir a jogos, devidamente acompanhados por especialistas.
“Temos a obrigação de pensar em todos e, em especial, nos que não são como nós e têm dificuldades. Temos que respeitar todos e todos são para nós iguais”, disse na apresentação do projeto o presidente do FC Porto, Pinto da Costa.
A INZONE integra três espaços transitáveis e multidirecionais, que têm como propósito facilitar a participação ocupacional das pessoas com dificuldades no processamento da informação sensorial, com o objetivo final de integração na bancada.
A primeira zona, denominada de sala sensorial, destinada a quatro ou cinco utentes, com visibilidade direta para o relvado, permite assistir aos jogos de futebol com controlo de todos os estímulos (como som e luz).
Esta sala está equipada com materiais e equipamentos, como elementos visuais auditivos e táteis, que possibilitam a autorregulação do utilizador em situações de sobre-estimulação e a manutenção do estado de alerta e da atenção ao longo do jogo.
Neste espaço estão também disponíveis materiais bloqueadores de som, brinquedos reguladores e acesso a meios de comunicação aumentativa, bem como é ainda possível recorrer à realidade virtual para experienciar diferentes ambientes relaxantes.
A zona dois, denominada de intermédia, é um espaço de transição entre a sala sensorial (zona 1) e a bancada do estádio (zona 3).
Nesta zona intermédia o utilizador passa a ter menor controlo sobre o ambiente, mas mantém o acesso a elementos propriocetivos, táteis e vestibulares, que facilitam a sua regulação num ambiente menos controlado.
A zona 3, num espaço contíguo na bancada, possibilita o primeiro momento em que o utente da INZONE assiste ao jogo conjuntamente com os outros adeptos, mas é mantida a possibilidade de regressar às zonas anteriores sempre que necessário.
A INZONE é um projeto em parceria com a Escola de Saúde do Politécnico do Porto e, de acordo com o FC Porto, “será um excelente exemplo de como o futebol deve ser um promotor de inclusão, cumprindo assim o desígnio de não deixar que o futebol fique fora do alcance de ninguém”.
LUSA/HN
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