ULS Alto Minho atribui a questões burocráticas falta de medicação para artrite reumatoide

6 de Março 2024

A Unidade Local de Saúde do Alto Minho (ULSAM) invocou esta terça-feira “questões burocráticas” para justificar a falta do tratamento para a artrite reumatoide, garantindo que está a “envidar todos os esforços para normalizar a situação”.

A presidente da Associação dos Doentes com Artrite Reumatoide (ANDAR), Arsisete Saraiva, denunciou hoje que a ULSAM não está a disponibilizar o tratamento para a doença.

À Lusa, Arsisete Saraiva revelou que a associação recebeu reclamações de três doentes, seguidas no hospital Conde Bertiandos, em Ponte de Lima, que não conseguiram levantar o medicamento “Tocilizumabe” na farmácia do hospital de Santa Luzia, em Viana do Castelo.

As doentes foram informadas que o medicamento [indicado para o tratamento da artrite reumatoide moderada a grave], totalmente comparticipado pelo Estado desde 2007, não está disponível.

Em resposta, por escrito, a um pedido de esclarecimento enviado pela Lisa, a ULSAM confirmou a situação e esclareceu que “a mesma não se deve a uma falha de fornecimento, mas sim a tramitação do processo de compra, nomeadamente questões burocráticas”.

“O conselho de administração lamenta profundamente a situação, nomeadamente os constrangimentos e a ansiedade que esta situação provocou. O conselho de administração está empenhado em envidar todos os esforços necessários para agilizar a entrega e normalizar a situação o mais rapidamente possível e reitera o seu compromisso com a qualidade e eficiência no atendimento a população do Alto Minho”, esclarece a nota.

Segundo  Arsisete Saraiva o número de doentes sem acesso ao tratamento pode ser maior do que os três que reclamaram junto da ANDAR, uma vez que muitos têm “medo de represálias se fizerem a reclamação no livro amarelo”.

“O livro de reclamações ajuda a resolver os problemas”, sustentou.

Arsisete Saraiva adiantou que uma das doentes de Ponte de Lima que denunciou o caso junto da ANDAR, “está há mais de uma semana sem fazer o tratamento e, por esse facto, a entrar em sofrimento”.

A presidente da ANDAR adiantou ter enviado, na segunda-feira, um pedido de esclarecimento, por ‘email’ ao presidente do conselho de administração da ULSAM, sobre as razões que estão na origem da falta do medicamento e a “reclamar a resolução do problema, o mais rapidamente possível”, mas ainda não obteve resposta.

De acordo com a responsável, a Andar contactou o laboratório responsável pela produção do fármaco que garantiu não haver rutura de ‘stock’.

A ULSAM é constituída por dois hospitais: o de Santa Luzia, em Viana do Castelo, e o Conde de Bertiandos, em Ponte de Lima.

Integra ainda 12 centros de saúde, uma unidade de saúde pública e duas de convalescença, e serve uma população residente superior a 244 mil pessoas dos dez concelhos do distrito de Viana do Castelo, e algumas populações vizinhas do distrito de Braga.

Em todas aquelas estruturas trabalham mais de 2.500 profissionais, dos quais cerca de 500 médicos e mais de 800 enfermeiros.

LUSA/HN

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