Os resultados desta investigação apontam para uma mudança significativa nestas práticas, particularmente para uma diminuição acentuada na frequência da escovagem dos dentes e, sobretudo, na passagem do fio dentário no momento de higiene entre os dentes.
Neste sentido, os investigadores destacam a importância da necessidade de cuidados dentários personalizados durante as emergências de saúde pública, reforçando o apelo da Organização Mundial da Saúde para a prevenção de futuras pandemias. Uma das conclusões importantes reveladas por este estudo centrou-se no facto de, apesar de ter ocorrido uma diminuição da média de cáries dentárias, o registo no número de dentes perdidos ter atingido um aumento preocupante.
Eduardo Guerreiro, investigador do Egas Moniz Center for Interdisciplinary Research, refere que “o aumento do número de dentes perdidos, juntamente com o declínio dos hábitos positivos de higiene oral durante o período de confinamento, apontam para uma potencial deterioração da saúde oral na população. Esta investigação sublinha a necessidade de abordagens diferenciadas para a compreensão e atenuação das disparidades nos resultados da saúde oral, especialmente no contexto de alterações no estilo de vida provocadas pela pandemia”.
A partir da análise, que envolveu mais de três mil participantes da Área Metropolitana de Lisboa, foram também evidenciados dados sociodemográficos, onde se observou que pessoas mais jovens e saudáveis procuraram cuidados dentários após a pandemia da covid-19, o que reflete a falta de cuidados orais por parte destes indivíduos e o aumento de novas doenças ou progressão de doenças já instaladas na cavidade oral.
PR/HN
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