Projeto financia tratamentos dentários a doentes com cancro no Alto Tâmega

21 de Março 2024

O projeto “Sorrir para a vida" vai ajudar a financiar tratamentos dentários a doentes oncológicos carenciados dos concelhos do Alto Tâmega e Barroso e está a ser implementado pelo Rotary Club de Chaves, foi hoje anunciado.

“É um projeto solidário que pretende ajudar a financiar tratamentos de saúde oral em pacientes oncológicos carenciados”, afirmou à agência Lusa Ilídia Rodrigues, médica-dentista e membro do Rotary.

Pacientes que, acrescentou, não encontrando resposta no Serviço Nacional de Saúde (SNS), e não tendo possibilidades financeiras de recorrer aos médicos dentistas privados, muitas vezes veem a sua saúde oral agravada por causa dos tratamentos oncológicos”.

Os beneficiários do “Sorrir para a vida” têm de residir nos concelhos do Alto Tâmega e Barroso: Boticas, Chaves, Montalegre, Ribeira de Pena, Valpaços e Vila Pouca de Aguiar.

Mas, segundo Ilídia Rodrigues, o projeto poderá vir a ser replicado por outros clubes rotários.

“Os tratamentos oncológicos têm impacto na saúde oral, há medidas preventivas que devem ser tomadas de forma a minimizar esses impactos nefastos que os tratamentos têm nos dentes. Mas, além disso, antes de o paciente iniciar os tratamentos oncológicos (radioterapia e quimioterapia), deveria ser submetido a uma avaliação pelo médico dentista”, salientou.

Isto porque, segundo explicou, a cavidade oral é um meio muito contaminado e como o paciente é submetido a terapêuticas que vão diminuir o seu sistema imunitário, fica mais suscetível a infeções que podem impedir o início dos tratamentos ou obrigar à sua interrupção.

Ilídia Rodrigues elencou ainda impactos negativos que podem acontecer ao nível da capacidade de mastigação e de alimentação, bem como ao nível psicológico e na autoestima dos doentes.

De acordo com a responsável, o projeto é direcionado a pacientes que vão iniciar as terapias oncológicas ou que já terminaram os tratamentos há menos de um ano.

Os potenciais beneficiários têm que apresentar uma candidatura ao Rotary Club de Chaves, com informação sobre a doença e uma prova de carência financeira.

A candidatura vai ser, depois, avaliada por uma comissão independente, que não tem acesso à identidade do doentes para assegurar o sigilo e que a seleção é feita de forma independente.

Ilídia Rodrigues explicou que a seleção será feita com base em vários critérios, sendo dada prioridade a pacientes mais jovens, quem tenha família a cargo, a gravidade da doença oncológica e o tipo de tratamento a que será submetido.

O projeto do Rotary é financiado através da realização de iniciativas como, por exemplo, a gala solidária que vai se vai realizar já na sexta-feira e é organizada pelo Interact Club de Chaves, ou a caminhada Rota do Contrabando que também decorrerá naquele concelho do distrito de Vila Real.

LUSA/HN

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