Uma delegação de cinco farmacêuticos, em representação do movimento cívico, foi recebida pela provedora-adjunta, Estrela Chaby, após a organização ter apelado em outubro do ano passado à intervenção da Provedora de Justiça, Maria Lúcia Amaral, junto do Governo para resolver os problemas destes profissionais no Serviço Nacional de Saúde.
O movimento também entregou uma petição à Provedoria de Justiça com mais de 760 assinaturas, em que os peticionários afirmam que “o prolongar das injustiças descritas prejudica não só os farmacêuticos a exercer funções em instituições nacionais e regionais tuteladas pela administração pública, como também a qualidade dos serviços prestados aos utentes do serviço público de saúde”.
Em declarações à agência Lusa no final da reunião, Tiago Costa, do movimento e o primeiro subscritor da petição, considerou que foi “uma reunião bastante produtiva”.
Segundo o farmacêutico hospitalar, foram debatidos vários assuntos, entre os quais “a grelha salarial que ainda é de 1999” e a situação de farmacêuticos com 20 ou 30 anos de serviço, cujo tempo de serviço não está a ser contabilizados para a progressão na carreira.
Alertaram também para “outras injustiças”, nomeadamente haver “profissionais com cargos de coordenação ou de chefia que recebem menos que colegas que não têm essas funções”.
Tiago Costa disse que falaram também sobre as carreiras farmacêuticas terem sido “aplicadas com várias omissões e com falta de algumas situações que levam a injustiças” entre farmacêuticos e nas próprias instituições do Serviço Nacional de Saúde, “com replicações até nos serviços regionais das regiões autónomas”.
Segundo Tiago Costa, a provedora-adjunta ficou sensibilizada para as questões dos farmacêuticos, explicando que em algumas situações não é possível a intervenção da Provedoria de Justiça, mas que iria tentar “desbloquear algumas”.
Questionado sobre o que os farmacêuticos esperam do novo Governo, Tiago Costa disse pretenderem que “não se esqueça” desta classe profissional.
“Havendo agora um novo Governo, um novo elenco parlamentar em que não há maioria, e atendendo às últimas conversas que têm dito de que vão valorizar os profissionais de saúde, suponho que não se vão se esquecer dos farmacêuticos”, salientou.
“Também é preciso referir que, muitas vezes, quando referem os profissionais de saúde só falam de médicos, enfermeiros e técnicos de diagnóstico e terapêutica e na verdade somos muitos mais, onde se incluem os farmacêuticos, que são essenciais para o serviço público de saúde e trabalham na retaguarda, onde muitas vezes os utentes não sabem ou não têm conhecimento das tarefas de alto valor que executam”, sustentou.
O movimento entregou uma petição em 06 de setembro de 2023 na Assembleia da República, com mais de 9000 assinaturas.
“Estamos só à espera que haja um novo elenco parlamentar para que seja analisada na comissão parlamentar de saúde e esperamos que daí também seja possível sair alguma medida legislativa de correção de injustiças e de valorização salarial”, vincou Tiago Costa.
LUSA/HN
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