A Federação Nacional dos Médicos (FNAM) adiantou em comunicado que a reunião foi marcada para a próxima sexta-feira às 11:00.
Contactado pela agência Lusa, o secretário-geral do Sindicato Independente dos Médicos (SIM), Nuno Rodrigues, adiantou que o sindicato foi convocado para o mesmo dia, mas a reunião está marcada para as 10:00.
Nuno Rodrigues considerou fazer sentido as reuniões decorrerem em separado, “uma vez que houve divergências no anterior processo negocial”.
“Achamos que faz sentido ter a conversa connosco, até porque as expectativas podem ser diferentes e acho que é precisamente isso que a ministra pretende, ter as várias perspetivas sindicais e, portanto, receber-nos em separado”, disse o dirigente sindical.
A presidente da FNAM, Joana Bordalo e Sá, afirmou à Lusa que a federação foi notificada na quinta-feira à noite para a reunião, em resposta ao pedido que tinha feito para iniciar as negociações.
“O assunto da reunião será a apresentação de propostas e o diálogo negocial e a Federação Nacional dos Médicos, obviamente, quer fazer parte da solução, quer dialogar, quer apresentar as propostas e esperemos que haja este bom senso e esta abertura real por parte da nova ministra da Saúde”, salientou.
Quanto ao facto de as reuniões serem separadas, Joana Bordalo e Sá referiu que foi uma proposta do Ministério da Saúde e não tem “nada a opor em relação a isso”.
“A verdade é que a Federação Nacional dos Médicos vai manter esta postura de diálogo, de tentar fazer parte das soluções, e acima de tudo, o que esperamos do outro lado é que a haja seriedade, haja competência, haja uma vontade real política em tentar melhorar as condições de trabalho e os salários dos médicos e, acima de tudo, que não haja jogos de bastidores”, vincou.
Joana Bordalo e Sá insistiu que “em momento algum aceitará como moeda de troca, em qualquer tipo de negociação, a perda de direitos”.
Sobre as propostas que leva à mesa de negociações, o líder do SIM apontou como “principal ponto” completar o acordo intercalar que foi realizado com o anterior Governo no final do ano passado.
“O segundo ponto é a questão da progressão na carreira, portanto, a celeridade dos concursos e a reestruturação do SIADAP [sistema integrado de gestão e avaliação do desempenho] médico, ou seja, 70% dos médicos nunca foram avaliados e por isso estão bloqueados na carreira”, disse Nuno Rodrigues.
O SIM quer desbloquear “esta situação urgentemente” para que os médicos possam ter uma perspetiva de futuro no Serviço Nacional de Saúde.
A FNAM realiza no sábado, o primeiro Conselho Nacional desde que o novo Governo tomou posse, tendo em cima da mesa “a definição dos temas chave” que levarão para a próxima negociação.
O Ministério da Saúde confirmou, entretanto, à Lusa as reuniões para o dia 26 de abril com as estruturas sindicais.
A ministra da Saúde, Ana Paula Martins, disse na quinta-feira que já tinha contactado os sindicatos médicos e dos enfermeiros para iniciarem negociações.
Ressalvando que não iria fazer nenhum comentário sobre os cadernos de encargos dos sindicatos, a governante acrescentou apenas que vai conversar e ouvir as estruturas sindicados e perceber os seus argumentos.
“O diálogo é feito nas duas vias, portanto, é muito importante ouvir os sindicatos, perceber que nos trazem com certeza informações do terreno daquilo que vivem os profissionais e é para isso que aqui estamos, para integrar aquilo que são as suas sugestões”, rematou.
LUSA/HN
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