“O que é preciso é garantir que haja a reabilitação em primeira linha e depois, isso sim, uma musculação das capacidades do hospital com base no que chamei de forma enfática o que, não sendo um novo hospital, é um hospital novo”, afirmou o também líder do Governo dos Açores (PSD/CDS-PP/PPM).
José Manuel Bolieiro defendeu a importância de uma obra estrutural no hospital de Ponta Delgada para assegurar “outra capacidade e diferenciação” na unidade que ficou inoperacional devido a um incêndio que deflagrou em 04 de maio.
“Precisamos de garantir uma outra capacidade e diferenciação, não só na quantidade das capacidades das instalações, mas também obviamente na diferenciação. Isso tem de ser feito”, salientou o social-democrata, que falava nas jornadas parlamentares da coligação PSD/CDS-PP/PPM que decorreram na junta de freguesia de São Pedro, em Ponta Delgada.
Instado pelos jornalistas a detalhar sobre o que está previsto para o HDES, o presidente do PSD nos Açores rejeitou “precipitações” num “tema tão complexo”, garantido as obras necessárias naquela que é a maior unidade de saúde dos Açores.
“Não quero perder tempo com debates sobre o lugar, como no aeroporto de Lisboa. A prontidão é a instalação do que for preciso demolir, é a instalação do que for preciso ampliar, é a instalação do que for preciso ser requalificado”, insistiu.
José Manuel Bolieiro justificou ainda a posição do executivo açoriano sobre o “hospital novo” com uma passagem bíblica: “fazei novas todas as coisas”, afirmou.
O líder da coligação que governa os Açores adiantou também que o executivo está a analisar se estão reunidos os “pressupostos para acionar o fundo de solidariedade da União Europeia” e lembrou o “compromisso” do Governo da República com a situação no hospital de Ponta Delgada.
“Tive a oportunidade de dizer que não faremos precipitação. Há um compromisso assumido pelo Governo da República em conversa direta com o primeiro-ministro Luís Montenegro, que encarregou a senhora ministra da Saúde e a secretária de Estado de visitar o HDES”, declarou, lembrando a visita da governante dois dias após o incêndio.
José Manuel Bolieiro assegurou, por outro lado, que estão a ser realizados esforços para conseguir um “regresso mais cedo” àquela unidade dos “doentes mais prioritários”.
“Temos de ter um projeto relativamente aos blocos operatórios porque as cirurgias urgentes não têm adiantamento possível e as cirurgias programadas, a sua eventual reprogramação, deve ser feita da forma menos penalizadora da expectativa do prazo”, argumentou.
O líder dos sociais-democratas açorianos referiu igualmente que as Orientações de Médio Prazo (documento que vai ser votado na próxima semana no parlamento) têm de ser “adaptadas” para “demonstrar” a intenção do Governo Regional em intervir no HDES.
José Manuel Bolieiro criticou ainda a “falta de manutenção” ao longo dos anos no hospital e prometeu reconhecer todas as instituições envolvidas na evacuação do HDES no dia do incêndio.
“Andam as notícias à procura de uma falha e nunca encontram um segundo para exaltar o sucesso”, condenou.
O incêndio no Hospital do Divino Espírito Santo, em Ponta Delgada, que deflagrou no dia 04 de maio, obrigou à transferência de todos os doentes que estavam internados para vários locais dos Açores, Madeira e continente.
LUSA/HN
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