Sindicato diz que hospital de Viseu necessita de mais de 70 enfermeiros

29 de Maio 2024

O Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP), disse esta quarta-feira que é fundamental contratar profissionais e regularizar os precários, já que a Unidade Local de Saúde Viseu Dão Lafões (ULSVDL) necessita de, pelo menos, mais de 70 enfermeiros.

“Ou se contratam profissionais de saúde ou então qualquer solução que seja adotada vai, como se costuma dizer, tapar a cabeça e destapar os pés”, defendeu Alfredo Gomes, do SEP, que disse que “a consulta aberta não é solução”.

O dirigente sindical questionou se “não há espaço para a consulta aberta dentro do edifício do hospital” de Viseu, para a “eventualidade de uma criança que necessite mesmo de urgência não tenha de andar a deslocar-se” na cidade.

A Unidade de Saúde de Viseu “tem mais de 50 enfermeiros com contratos precários” e “a solução passa por transformar estes contratos em definitivos e contratar mais” profissionais, sublinhou o responsável aos jornalistas.

“Neste momento, para que o hospital prestasse cuidados mínimos, já não digo para que cumprisse as lotações seguras da Ordem dos Enfermeiros, tinha de contratar 70 a 80 enfermeiros”, indicou.

O “problema não é novo”, mas o anúncio do fecho noturno do serviço de urgência pediátrica na Unidade Local de Saúde Viseu Dão Lafões (ULSVDL), a partir de 01 de junho, mobilizou os sindicatos a concentrarem-se, na manhã de hoje, à porta da instituição.

O responsável lembrou que o hospital “não abrange só o distrito, já que a unidade de Saúde da Guarda drena a pediatria para Viseu, todas as crianças que precisam de cuidados mais diferenciados”.

“Então e agora vão para onde? Para Coimbra? Sabemos que o país é pequeno, mas passamos a ter cuidados referenciados no Porto, Lisboa e Coimbra? Não é isso que queremos”, sublinhou.

Alfredo Gomes acrescentou que teme que haja mais serviços “em risco”, porque “não havendo profissionais de saúde, o caminho natural é fechar portas”, sendo que, em Viseu, no serviço de obstetrícia “há enfermeiros e médicos com horas a mais”.

“Agora é a urgência pediátrica, mas será que a seguir não há outro serviço a encerrar? Porque se não há pessoal! Temos a obstetrícia no ‘fio da navalha’, embora não queira acreditar que vá encerrar, mas a ver pelas maternidades que já fecharam pelo país”, alertou.

A título de exemplo, referiu Lamego, no norte do distrito de Viseu, onde, “há anos, começou por encerrar a pediatria, depois foi a obstetrícia, a ortopedia, a cirurgia e, agora, está lá um hospital subaproveitado com um serviço de urgência básica” e, por isso, questionou se “é isso que querem fazer a Viseu”.

Alfredo Gomes adiantou que estas preocupações fazem parte de uma carta aberta enviada aos grupos parlamentares em nome de vários sindicatos, da União dos Sindicatos de Viseu/CGTP-IN e do Movimento de Utentes dos Serviços Públicos de Saúde.

LUSA/HN

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