Mónica Seidi, que foi hoje ouvida na comissão parlamentar de Assuntos Sociais da Assembleia Legislativa, a pedido do grupo parlamentar do PS/Açores, reconheceu que antes do incêndio de 04 de maio, que deixou a unidade inoperacional, o “serviço de urgência já funcionava acima do limite das suas capacidades e completamente desajustado da realidade”.
A secretária regional da Saúde e Assuntos Sociais relembrou, a propósito, em 2016 houve um projeto para reformular o serviço de urgência, orçado em 18 milhões de euros, que “não avançou para a fase do projeto de execução”, sendo que o atual Governo Regional (PSD/CDS-PP/PPM) já tinha sinalizado a obra como prioritária ainda antes do fogo.
“Seria uma irresponsabilidade voltar a um serviço de urgência que já não serve a realidade de São Miguel”, declarou Mónica Seidi, considerando que se está perante uma “janela de oportunidade” para modernizar o serviço de urgência do Hospital do Divino Espírito Santo (HDES).
Relativamente às causas do incêndio, Mónica Seidi referiu que o conselho de administração do HDES solicitou um relatório de peritagem a uma “entidade externa e isenta”, a Ordem dos Engenheiros na região.
Quanto às investigações em curso, a governante adiantou que a Polícia Judiciária “está a fazer o seu trabalho, que neste caso é investigar”, sendo que o conselho de administração “já foi ouvido”.
Além disso, continuou, o corpo de bombeiros já remeteu o seu relatório ao HDES e “não foram detetadas quaisquer irregularidades”.
Por outro lado, estão a decorrer inspeções aos 139 quadros elétricos do hospital, visando apurar o estado geral dos equipamentos, e na segunda-feira foi restabelecida a energia regular do HDES, numa solução transitória, indo-se agora promover ensaios às áreas de atividade assistencial.
Mónica Seidi estimou ainda que as redes dos gases medicinais, que estão a ser testadas, devem “dentro de duas semanas ser retomadas com normalidade”.
Os serviços não clínicos “já estão a funcionar no hospital”, a par dos laboratórios, da hemodiálise e das consultas de oncologia e externas, acrescentou.
Ainda segundo a responsável, na zona nascente do HDES está a ser montada uma enfermaria com capacidade para 180 camas, estando “a ser pensada” a estrutura modular para instalar a urgência hospital, para se “perceber a sua verdadeira mais-valia”.
“Se pudesse ser para ontem era ontem, mas há alguma burocracia associada”, disse, reiterando que terão de ser realizados trabalhos no heliporto, onde ficará instalada a estrutura modular.
A secretária regional adiantou também que a estrutura modular onde deverá ficar instalada a urgência tem “25 anos de média de vida útil”, podendo ser deslocada para outras ilhas e funcionar de futuro como uma estrutura de retaguarda da região em caso de necessidade.
De acordo com a governante, está igualmente a trabalhar-se num plano de retoma de consultas e cirurgias, no âmbito de uma reprogramação de toda a atividade afetada.
Esse trabalho, salientou, está a ser feito pelo hospital, em parceria com os profissionais de saúde, sendo que como a capacidade de salas de cirurgias é muito inferior ao que existia antes do fogo, poderá vir a pedir-se aos funcionários para trabalharem ao fim de semana.
LUSA/HN
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