Sindicato espera medidas da ministra da Saúde para o INEM na quarta-feira

5 de Junho 2024

O Sindicato dos Técnicos de Emergência Pré-Hospitalar (STEPH) lamentou que o presidente do INEM "tenha sido incapaz” de indicar soluções para melhorar o serviço de emergência médica, esperando que a ministra anuncie medidas esta quarta-feira.

O sindicato referia-se à audição de terça-feira de Luís Meira na comissão parlamentar de Saúde, em que admitiu que a degradação do serviço “é inegável” e defendeu a necessidade de um reforço orçamental para o INEM, alegando que as verbas para o instituto têm representado apenas 1% dos gastos em saúde.

Segundo o STEPH, que esteve presente na audição parlamentar, apesar de o responsável do INEM ter assumido a “degradação dos serviços” de emergência médica, “foi incapaz de reconhecer as causas” dessa situação e de “apontar as soluções necessárias” para melhorar.

“Fica por demais evidente que o Conselho Diretivo do INEM, apesar de consciente de uma degradação inegável, está incapaz de identificar causas ou apontar soluções e remete a responsabilidade da sua incapacidade de gestão para a tutela”, salienta o sindicato.

A estrutura sindical refere ainda que, nos primeiros dias de junho, já recebeu “várias dezenas de denúncias de atrasos no atendimento de chamadas, bem como no envio de meios de emergência médica para várias ocorrências, fruto da conhecida carência” de técnicos de emergência pré-hospitalar (TEPH).

“Mais de 50 chamadas em espera nos CODU ou tempos superiores a uma e duas horas para envio de ambulâncias para as demais ocorrências, como os registados nos últimos dias, são inaceitáveis e colocam em risco a vida dos cidadãos”, alerta o sindicato em comunicado.

De acordo com o STEPH, “não resta outra alternativa” à ministra da Saúde que não seja a “imediata e integral substituição” do conselho diretivo, a valorização da carreira dos TEPH e o preenchimento das vagas em aberto nos quadros do instituto.

Ana Paula Martins vai ser ouvida na Comissão de Saúde hoje e o sindicato disse esperar “com serenidade as medidas que revelará” aos deputados sobre esse assunto.

Também em comunicado, a Associação Nacional dos Técnicos de Emergência Médica (ANTEM) considerou que as declarações de Luís Meira aos deputados “não são mais do que um atrasar e arrastar o discurso de forma estratégica”.

“Concluímos que o presidente do INEM, como já referimos em diversas ocasiões, foge de questões cruciais e direciona o instituto para uma situação que tende em agravar-se rapidamente, tudo isto por falta de conhecimento sobre o que é um verdadeiro Serviço Médico de Emergência”, lamentou a associação, que pretende solicitar à Comissão de Saúde uma audiência “com a maior brevidade possível”.

Na audição de ontem, Luís Meira considerou que o INEM precisa de “ter um reforço do orçamento” para garantir as suas atribuições e adiantou que o instituto tem recebido o equivalente a 1% dos gastos globais em saúde, com os constrangimentos registados no Serviço Nacional de Saúde (SNS) a refletirem-se também no serviço prestado pelo INEM.

“Não somos uma ilha no âmbito do SNS, na esfera do qual fomos recentemente incluídos. As dificuldades do SNS claramente que se refletem também na atividade diária do instituto e, às vezes, refletem-se de forma particularmente negativa, impedindo que a performance do instituto possa ser melhor”, alertou Luís Meira.

Apesar das dificuldades, o presidente do INEM salientou que a situação “não é tão dramática como se coloca”, garantindo que a sua “falência e o colapso são exageros”.

LUSA/HN

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