Relatório de saúde STADA 2024: sistemas de saúde na Europa precisam de reformas urgentes

25 de Junho 2024

Os sistemas de saúde europeus estão em crise e necessitam de uma reforma urgente, revela o Relatório de Saúde da STADA 2024. Este inquérito representativo, que envolveu cerca de 46.000 entrevistados em 23 países europeus, destaca que os sistemas de saúde não conseguem atender adequadamente às necessidades de muitos europeus, levando-os a assumir a responsabilidade pela sua própria saúde.

A avaliação dos sistemas de saúde caiu pelo quarto ano consecutivo, com a satisfação a atingir um mínimo histórico de 56%. Este declínio significativo, 18 pontos percentuais desde 2020, é impulsionado por dificuldades no acesso a consultas médicas, qualidade dos serviços de saúde, escassez de pessoal e uma desconfiança generalizada nos decisores políticos do setor da saúde. Peter Goldschmidt, CEO da STADA, sublinha a gravidade desta tendência e a necessidade de uma ação conjunta entre políticos, reguladores, médicos e farmacêuticos para reverter este cenário alarmante.

A Hungria, participante pela primeira vez no relatório, apresentou o maior índice de insatisfação, com 72% dos entrevistados a considerarem o sistema de saúde insuficiente, seguida pelo Cazaquistão (67%) e a Sérvia (65%). No Reino Unido, Cazaquistão e Alemanha, a satisfação caiu significativamente em comparação com 2023, com descidas de 11, 10 e 8 pontos percentuais, respetivamente.

Insatisfeitos com a atual situação, os europeus sugerem algumas melhorias: quase metade (48%) acredita que seria benéfico se os responsáveis pelas políticas de saúde tivessem formação na área da saúde. Uma proporção similar (47%) defende o aumento dos salários dos profissionais de saúde, incentivando mais pessoas a seguirem carreiras neste setor.

Apesar do descontentamento, a confiança na medicina convencional aumentou significativamente. Cerca de 69% dos europeus confiam amplamente na medicina convencional, um aumento de 7 pontos percentuais em relação a 2022. A Finlândia (84%) e a Espanha (82%) são os países com maior confiança, com os homens europeus (73%) a demonstrarem mais confiança do que as mulheres (65%). O conselho dos profissionais de saúde, como médicos e farmacêuticos, é particularmente valorizado por 48% dos europeus.

Com os níveis de satisfação em queda, mais europeus estão a cuidar da sua própria saúde: 89% adotam pelo menos uma medida para melhorar o seu bem-estar. A atividade física é prevalente na Finlândia (66%), Espanha (62%) e Itália (60%), enquanto um terço dos europeus realiza check-ups preventivos (33%) ou toma suplementos alimentares (32%). Além disso, 31% consideram que passar tempo com entes queridos é um investimento no seu bem-estar geral.

A saúde mental dos europeus também piorou ligeiramente, com apenas 65% a classificarem a sua saúde mental como “boa” ou “muito boa” em 2024, comparado com 67% em 2023. A epidemia de solidão é um problema crescente, afetando 52% dos europeus, com 63% dos jovens entre os 18 e 34 anos a sentirem-se solitários. Embora o tempo excessivo online seja uma parte do problema, o principal fator apontado pela geração jovem é o trabalho, destacando a necessidade de um melhor equilíbrio entre vida profissional e pessoal.

O Relatório de Saúde da STADA 2024, na sua décima edição, não só identifica as tendências e preocupações dos europeus em relação à saúde, mas também oferece soluções práticas para os problemas identificados. Como afirma Peter Goldschmidt, “é crucial compreender, abordar e inverter a tendência de insatisfação com os sistemas de saúde, enquanto se encoraja a população a cuidar da sua saúde física e mental”.

PR/HN/NR

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