A avaliação dos sistemas de saúde caiu pelo quarto ano consecutivo, com a satisfação a atingir um mínimo histórico de 56%. Este declínio significativo, 18 pontos percentuais desde 2020, é impulsionado por dificuldades no acesso a consultas médicas, qualidade dos serviços de saúde, escassez de pessoal e uma desconfiança generalizada nos decisores políticos do setor da saúde. Peter Goldschmidt, CEO da STADA, sublinha a gravidade desta tendência e a necessidade de uma ação conjunta entre políticos, reguladores, médicos e farmacêuticos para reverter este cenário alarmante.
A Hungria, participante pela primeira vez no relatório, apresentou o maior índice de insatisfação, com 72% dos entrevistados a considerarem o sistema de saúde insuficiente, seguida pelo Cazaquistão (67%) e a Sérvia (65%). No Reino Unido, Cazaquistão e Alemanha, a satisfação caiu significativamente em comparação com 2023, com descidas de 11, 10 e 8 pontos percentuais, respetivamente.
Insatisfeitos com a atual situação, os europeus sugerem algumas melhorias: quase metade (48%) acredita que seria benéfico se os responsáveis pelas políticas de saúde tivessem formação na área da saúde. Uma proporção similar (47%) defende o aumento dos salários dos profissionais de saúde, incentivando mais pessoas a seguirem carreiras neste setor.
Apesar do descontentamento, a confiança na medicina convencional aumentou significativamente. Cerca de 69% dos europeus confiam amplamente na medicina convencional, um aumento de 7 pontos percentuais em relação a 2022. A Finlândia (84%) e a Espanha (82%) são os países com maior confiança, com os homens europeus (73%) a demonstrarem mais confiança do que as mulheres (65%). O conselho dos profissionais de saúde, como médicos e farmacêuticos, é particularmente valorizado por 48% dos europeus.
Com os níveis de satisfação em queda, mais europeus estão a cuidar da sua própria saúde: 89% adotam pelo menos uma medida para melhorar o seu bem-estar. A atividade física é prevalente na Finlândia (66%), Espanha (62%) e Itália (60%), enquanto um terço dos europeus realiza check-ups preventivos (33%) ou toma suplementos alimentares (32%). Além disso, 31% consideram que passar tempo com entes queridos é um investimento no seu bem-estar geral.
A saúde mental dos europeus também piorou ligeiramente, com apenas 65% a classificarem a sua saúde mental como “boa” ou “muito boa” em 2024, comparado com 67% em 2023. A epidemia de solidão é um problema crescente, afetando 52% dos europeus, com 63% dos jovens entre os 18 e 34 anos a sentirem-se solitários. Embora o tempo excessivo online seja uma parte do problema, o principal fator apontado pela geração jovem é o trabalho, destacando a necessidade de um melhor equilíbrio entre vida profissional e pessoal.
O Relatório de Saúde da STADA 2024, na sua décima edição, não só identifica as tendências e preocupações dos europeus em relação à saúde, mas também oferece soluções práticas para os problemas identificados. Como afirma Peter Goldschmidt, “é crucial compreender, abordar e inverter a tendência de insatisfação com os sistemas de saúde, enquanto se encoraja a população a cuidar da sua saúde física e mental”.
PR/HN/NR
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