Entre os principais achados do estudo, destaca-se que nove em cada 10 mulheres sofrem de pelo menos um sintoma relacionado com a menopausa, experienciando, em média, sete sintomas diferentes. Entre os mais comuns estão a gordura abdominal (57%), as ondas de calor (55%), as insónias/perturbações do sono (54%) e a fraqueza/cansaço frequente (47%).
A pesquisa, que envolveu uma amostra de mil mulheres com idades entre os 45 e os 60 anos, também sublinha a falta de informação e preparação sobre este tema. 81% das mulheres inquiridas confessam não saber distinguir bem a menopausa da perimenopausa, resultando em 52% sentindo-se pouco ou nada preparadas para esta fase da vida.
O estudo aponta ainda que 38% das mulheres que percebem a aproximação da menopausa não procuram um especialista ou demoram pelo menos um ano a fazê-lo, enquanto 14% das mulheres em plena menopausa ou pós-menopausa não têm qualquer acompanhamento médico especializado. A falta de tratamento específico é uma realidade para 73% das inquiridas.
A saúde mental emerge como uma das áreas mais afetadas, com 29% das mulheres em perimenopausa ou plena menopausa a considerarem o seu estado psicológico pouco ou nada saudável. Este dado corrobora a tese de que existe uma ‘janela de vulnerabilidade’ para depressão e ansiedade durante a perimenopausa e anos subsequentes.
A vida sexual também sofre impactos significativos, com 46% das mulheres em plena menopausa ou pós-menopausa reconhecendo efeitos negativos, e 37% relatando perda de libido como um dos principais fatores para uma vida sexual menos satisfatória.
Além disso, a autoimagem é profundamente afetada, com 39% das mulheres em plena menopausa ou pós-menopausa a admitir uma diminuição na autoestima. Mais de metade (55%) sente que a menopausa alterou a forma como se veem, prevalecendo aspetos negativos como o aumento de peso ou a aparência mais envelhecida.
O estudo revela ainda um silêncio persistente em torno da menopausa na sociedade portuguesa, com 72% das mulheres a discutirem o tema apenas entre amigas e 60% evitando abordar o assunto com os parceiros. A falta de apoio social e de resposta do mercado é evidente, com quatro em cada cinco mulheres a considerarem o debate sobre menopausa insuficiente, e três em cada cinco a defenderem que as marcas devem ser mais proativas na resposta às suas necessidades.
Esta investigação destaca a necessidade urgente de aumentar a informação, o apoio e o acompanhamento médico durante a menopausa, promovendo um debate mais aberto e inclusivo sobre esta fase crucial na vida das mulheres.
NR/HN/PR
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