“A greve foi suspensa a partir das 08:00 de hoje (10:00 em Lisboa”, confirmou à Lusa secretário nacional dos Sindicatos da Administração Pública (Sintap) cabo-verdiana, Luís Lima.
O sindicalista avançou que a decisão foi tomada por unanimidade pelos sete sindicatos depois de o Governo “mostrar abertura” para voltar a negociar, após falta de acordos anteriores sobre aumentos salariais e outros pontos.
Os profissionais de saúde iniciaram às 08:00 (10:00 em Lisboa) de quarta-feira uma greve de 72 horas, que deveria terminar às 08:00 de sábado, mas suspenderam um dia antes.
A paralisação afetou todos os departamentos e serviços de saúde nas nove ilhas habitadas de Cabo Verde, abrangendo médicos, enfermeiros, técnicos de análises clínicas, laboratórios, trabalhadores de serviços gerais, anti-vetoriais, condutores e outros profissionais.
Entre as reivindicações estão a aprovação e implementação dos respetivos PCFR (Plano de Carreiras, Funções e Remunerações) das carreiras médicas, de enfermagem e do Instituto Nacional de Saúde Pública, com efeito retroativo a janeiro de 2024.
O Governo de Cabo Verde requisitou mais de 300 profissionais de saúde para trabalhar durante a paralisação, após falhar o entendimento com os sete sindicatos representativos quanto aos serviços mínimos.
Na quarta-feira, no parlamento, a ministra da Saúde cabo-verdiana, Filomena Gonçalves, anunciou a atualização das carreiras médicas e de enfermagem, que preveem, entre outros, a regularização de pendências, transição e modalidade de vinculação, tabela de remuneração e enquadramento salarial, estágio probatório e desenvolvimento profissional.
“Foi trabalhado também o quadro salarial nos termos do PCFR”, indicou, dando como exemplo o facto de o salário base de um médico especialista, que atualmente é de 109 mil escudos (988 euros), passar para 141 mil escudos (1.278 euros).
Já o salário de um médico especialista no topo da carreira vai subir de 174 mil escudos (1.578 euros) para 181 mil escudos (1.641 euros).
A ministra deu vários outros exemplos de aumentos salariais para os médicos e disse que o Governo está a trabalhar para dotar todas os restantes profissionais de saúde das suas respetivas carreiras.
Em Cabo Verde, existem cerca de 4.000 profissionais de saúde, filiados em sete sindicatos.
LUSA/HN
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