Que cuidados específicos devemos ter ao atender doentes ventilados adultos em comparação com os pediátricos?
As crianças apresentam inúmeras diferenças ao nível do sistema respiratório em relação ao adulto, tanto anatómicas como fisiológicas, como: músculos respiratórios menos desenvolvidos e resistentes a fadiga, que facilmente entram em distrese respiratória, o que faz com que tenham maior propensão a infecções respiratórias. Isto implica que os cuidados sejam redobrados.
Os cuidados de enfermagem ao paciente em ventilação mecânica (VM) são baseados no conhecimento dos princípios da ventilação e da tolerância fisiológica de cada paciente. Só assim será possível traçar um plano de cuidados para o paciente em VM. Por exemplo:
– Tamanho das traqueias;
– Modalidades ventilatórias e parâmetros ventilatórios e alarmes;
– Tamanho do TET versus tamanho da sonda nasogástrica;
– Pressão de aspiração abaixo de 50 mmHg a 150 mmHg em adultos e de 150 mmHg a 300 mmHg em crianças. Tempo de aspiração: as crianças têm a musculatura respiratória menos desenvolvida e menos resistente a fadiga (distrese respiratória). Em crianças, igual ou menor a 10 segundos; em adultos, de 10 a 15 segundos.
Tamanho do dispositivo máscara-válvula-reservatório: crianças de 150 mil a 350 ml; adultos, 500 ml.
Técnica de ventilação:
Nas crianças, maior número de frequências e menor pressão; em adultos, menor frequência e maior pressão;
As mudanças de decúbito são mais frequentes em crianças pela fragilidade capilar e tecidual;
O aporte nutricional: as crianças mais facilmente entram em desnutrição por terem pouca reserva nutricional;
Balanço hidroelectrolítico é mais rigoroso em crianças; mais facilmente se desidratam.
Quais são os desafios mais comuns enfrentados durante a assistência a doentes ventilados?
Os desafios mais comuns nos cuidados ao paciente em VM consistem na prestação de cuidados diferenciados, contribuindo para manter os indicadores de qualidade no cuidado ao paciente ventilado, abaixo dos valores preconizados pela instituição:
– Diminuir o risco de queda;
– Prevenir extubações acidentais;
– Prevenir o aparecimento de úlceras de pressão;
– Prestar cuidados que visam diminuir as complicações associadas à ventilação.
Desta forma, diminuir o tempo de ventilação e, consequentemente, o tempo de permanência na UTI e os custos hospitalares.
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