A 15ª Reunião Anual da APIC, que se realiza entre os dias 7 e 9 de novembro, em Peniche, celebra 25 anos da Via Verde Coronária e aborda avanços na Cardiologia de Intervenção. Em entrevista ao nosso jornal, o Dr. Pedro Jerónimo de Sousa, presidente do evento, revela alguns dos temas que estarão em destaque, como o papel da mulher na área, explora inovações tecnológicas como IA e realidade aumentada, e o incentivo a jovens cardiologistas com prémios e cursos especializados. A APIC’24 promete ser uma experiência enriquecedora, unindo atualização científica e networking profissional.
HealthNews (HN) – Quais são os principais destaques da 15.ª Reunião Anual da APIC?
Dr. Pedro Jerónimo de Sousa (PGS) – A Cardiologia de Intervenção Portuguesa tem na atualidade vários aspetos que merecem ser destacados e celebrados. A par com a atualização cientifica na área da Cardiologia de Intervenção, nomeadamente nas áreas de intervenção coronária, estrutural e extra-cardíaca, vamos incluir sessões e cursos de elevado interesse, como Cuidados Intensivos Cardíacos e dispositivos de assistência circulatória, riscos ocupacionais em cardiologia de intervenção, abordagem prática das emergências na hemodinâmica ou novas tecnologias auxiliares de terapêutica.
HN – Como a celebração dos 25 anos da Via Verde Coronária será abordada durante o evento?
PGS – Celebrar os 25 anos da implementação da Via Verde Coronária em Portugal merece um destaque especial nesta reunião. Em primeiro lugar, iremos fazer a Sessão de Celebração dedicada a este tema, no momento central da Reunião. Adicionalmente, está contemplado no programa científico uma mesa redonda, onde as suas particularidades poderão ser debatidas por elementos que nela intervêm, como o INEM, a DGS, a Direção Executiva do SNS e claro os Cardiologistas de Intervenção. Finalmente, também neste âmbito, a APIC irá retomar este ano os cursos “STEMINEM”, destinados às emergências hospitalares e pré-hospitalares que abordam os doentes com enfarte do miocárdio e que tanto sucesso tiveram nas edições anteriores. Iremos ter no momento da reunião uma edição deste curso, que contamos que seja o mais participado de sempre.
HN – Como a reunião pretende destacar o papel da mulher na Cardiologia de Intervenção?
PGS – A APIC’24 dedicará um momento para debate das particularidades da Cardiologia de Intervenção na mulher. Tanto do ponto de vista da doente, com doença coronária e com doença estrutural, mas também das profissionais e das suas especificidades. Contaremos nesta mesa redonda, por exemplo, com a presença das presidentes da APIC, da EAPCI e do grupo MIL.
HN – Quais são as perspetivas sobre a inovação tecnológica e a inteligência artificial na Cardiologia de Intervenção?
PGS – A APIC tem procurado incentivar a adoção de novas tecnologias que possam melhorar os cuidados prestados aos nossos doentes. Sublinhamos nesta área a inteligência artificial e dispositivos de realidade aumentada, que otimizam a informação disponível no momento da intervenção e facilitam a sua integração. Adicionalmente, também a simulação tem um papel cada vez mais relevante, tanto para a aquisição e melhoria de competências práticas, como para auxiliar na resolução de patologias mais específicas de cada doente. A Reunião Anual da APIC irá dedicar um momento para debater estes temas, contando com colegas de renome nacional e internacional nesta área.
HN – Quais iniciativas estão previstas para os cardiologistas mais jovens durante a reunião?
PGS – À semelhança das iniciativas desenvolvidas em anos anteriores, manteremos os prémios “Jovem Cardiologista de Intervenção” que destacará os melhores casos clínicos apresentados na área de intervenção coronária e estrutural e o prémio “Portuguese Publications Hall of Fame”, que destacará as melhores publicações científicas de autores nacionais.
Também iremos incluir nos cursos pré-congresso temas que são de interesse também para os mais jovens, como acessos vasculares ecoguiados ou gestão de emergências na sala de hemodinâmica.
HN – Qual a vossa expectativa relativamente ao número de participantes?
PGS – Mais do que um número absoluto de participantes, esperamos que cada um dos inscritos na reunião sinta que participar na APIC’24 seja uma experiência enriquecedora, tanto a nível científico, como de aproximação e criação de laços entre todos. Estamos convictos de que assim será!
Entrevista de MMM
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