Os resultados, divulgados hoje pelo IMD, contam com a Porto Business School como parceira exclusiva na elaboração do ranking para Portugal pelo nono ano consecutivo.
O desempenho de Portugal no ranking foi marcado por uma evolução mista nos diferentes fatores avaliados. Houve uma melhoria significativa no fator “Preparação”, onde o país subiu seis posições, alcançando o 21º lugar a nível global. Esta subida foi impulsionada principalmente pela melhoria na “educação na área de gestão”, que passou do 20º para o 11º lugar, e pelas “competências linguísticas”, que continuam a responder às necessidades empresariais, ocupando o nono lugar global.
No entanto, Portugal registou um decréscimo nos índices de “Investimento & Desenvolvimento (I&D)” e “Atratividade”. No fator I&D, o país caiu da 27ª para a 29ª posição, devido a ligeiras reduções no rácio alunos/professor na educação primária e secundária. A “Atratividade” sofreu a maior queda, com Portugal a ocupar agora a 45ª posição, em comparação com o 37º lugar em 2023. Esta tendência negativa deve-se principalmente à crescente “fuga de talentos” e à queda na avaliação da “administração da Justiça”.
Apesar destes desafios, há pontos positivos a destacar. A “participação feminina na força de trabalho” continua a ser um ponto forte nacional, mantendo o quinto lugar global. A “motivação laboral” também registou uma evolução positiva, subindo 16 posições. Além disso, a “menor exposição à poluição” continua a ser um fator de atratividade do país, ocupando a 12ª posição mundial.
José Esteves, dean da Porto Business School, comentou sobre os resultados: “A manutenção de Portugal na 25ª posição reflete a nossa capacidade de melhorar em áreas como a educação em gestão e as competências linguísticas. No entanto, os desafios em investimento, desenvolvimento e atratividade exigem uma resposta rápida.” Ele enfatizou a necessidade de as empresas portuguesas investirem mais na formação contínua dos seus colaboradores, especialmente no contexto das transformações trazidas pela Inteligência Artificial.
O ranking global é liderado pela Suíça, seguida por Singapura e Luxemburgo, consideradas as três economias mais competitivas em talento a nível mundial entre os 67 países analisados.
O relatório que acompanha o ranking de 2024, intitulado “As implicações socioeconómicas da IA no local de trabalho”, também destacou o crescente impacto da Inteligência Artificial nas economias globais. O documento apontou para um aumento da desigualdade nas economias de rendimento mais elevado, à medida que a adoção precoce da IA começa a substituir a força de trabalho.
Em conclusão, enquanto Portugal mantém sua posição no ranking, enfrenta desafios significativos, particularmente na retenção de talentos e na adaptação às mudanças trazidas pela IA. A melhoria na educação e nas competências linguísticas oferece uma base sólida, mas será crucial para o país abordar as áreas de fraqueza para manter e melhorar sua competitividade global em termos de talento.
PR/HN
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