Portugal confronta-se com números alarmantes relacionados ao Acidente Vascular Cerebral (AVC), que afeta aproximadamente 25 mil portugueses anualmente, com uma média de três novos casos a cada hora. Os dados mais recentes revelam que só em 2022 as doenças cerebrovasculares foram responsáveis por 9.616 óbitos, representando 7,7% da mortalidade total no país.
O AVC isquémico, responsável por cerca de 85% dos casos, ocorre quando há obstrução de uma artéria cerebral, privando o tecido cerebral de oxigénio e nutrientes essenciais. O tratamento atual conta com duas principais abordagens de emergência: a trombólise endovenosa e a trombectomia mecânica.
A trombectomia mecânica emergiu como uma técnica revolucionária no tratamento do AVC isquémico. Este procedimento minimamente invasivo utiliza um cateter para remover mecanicamente o coágulo que bloqueia a artéria cerebral. Uma das principais vantagens desta técnica é sua janela terapêutica estendida, que pode chegar até 24 horas após o início dos sintomas, dependendo de critérios específicos.
O sucesso no tratamento do AVC está diretamente ligado à rapidez do atendimento. Por isso, o sistema de saúde português implementou a Via Verde AVC, ativada através do número 112. A população deve estar atenta aos sinais de alerta conhecidos como os “3F”: problemas na Fala, assimetria na Face e perda de Força num dos braços.
Após o tratamento inicial, os pacientes são internados em Unidades de AVC especializadas, onde se investiga a causa específica da doença. As principais origens do AVC isquémico incluem problemas cardíacos, como a fibrilação auricular, e a formação de placas de aterosclerose nas artérias cerebrais.
A tecnologia tem auxiliado significativamente no diagnóstico e prevenção. Dispositivos implantáveis de monitorização cardíaca permitem acompanhar o ritmo cardíaco por longos períodos, detectando condições como a fibrilação auricular, que podem levar ao AVC se não tratadas adequadamente.
O sistema de saúde português continua a desenvolver estratégias para enfrentar este desafio, com foco tanto no tratamento agudo quanto na prevenção. A atuação rápida após o reconhecimento dos primeiros sintomas pode reduzir em até 50% o risco de morte ou incapacidade permanente.
PR/HN/MMM
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