ONU está “desesperadamente carente” de fundos para ajudar o Líbano

1 de Novembro 2024

A ONU declarou hoje que os fundos para a ajuda humanitária no Líbano são “desesperadamente escassos”, com apenas 17% do apelo financiado.

“As necessidades estão a aumentar a cada minuto e as promessas de fundos não são suficientes para comprar alimentos, medicamentos ou abrigo”, disse Jens Laerke, porta-voz da agência de coordenação humanitária da ONU (OCHA), numa conferência de imprensa, em Genebra.

“Estamos perante uma situação humanitária em rápida deterioração. Esperamos, por isso, que as agências da ONU e os nossos parceiros recebam fundos rapidamente’, afirmou.

O porta-voz explicou que o apelo humanitário para o Líbano recebeu apenas 17% dos 426 milhões de dólares (391 milhões de euros) solicitados, incluindo 17 milhões (15,6 milhões) da Itália, 11,7 milhões (10,75 milhões) dos Estados Unidos, 10 milhões (9,12 milhões) do Fundo de Emergência das Nações Unidas para as Crises Humanitárias, 9,3 milhões (8,54 milhões) da Suécia, 7,2 milhões (6,61 milhões) da França, 6,4 milhões (5,87 milhões) do Reino Unido e 5,5 milhões (5,05 milhões) do governo alemão.

“Estamos evidentemente gratos ao Governo francês por ter acolhido a importante conferência de doadores no mês passado, em outubro. O Governo francês indicou que foram prometidos cerca de 800 milhões de dólares (734,34 milhões de euros) pelos países doadores para a ajuda humanitária ao Líbano”, referiu Laerke.

“Mas gostaríamos também de recordar aos doadores a necessidade urgente de transformar estas promessas em dinheiro” para que a ONU possa efetivamente prestar ajuda ao Líbano, acrescentou, assegurando-lhes que não se poderá fazê-la “se o dinheiro não chegar rapidamente’.

Desde a intensificação dos combates no Líbano, a 23 de setembro, para enfraquecer o movimento pró-iraniano Hezbollah, morreram pelo menos 1.829 pessoas, segundo uma contagem da agência noticiosa France-Presse (AFP) baseada em dados do Ministério da Saúde libanês.

Israel afirma que pretende neutralizar o Hezbollah no sul do Líbano para permitir o regresso dos cerca de 60.000 habitantes do seu território setentrional, deslocados pelos incessantes disparos de foguetes desde o início da guerra em Gaza.

“No que diz respeito às deslocações para outros países, os números provêm do Alto Comissariado da ONU para os Refugiados (ACNUR) e do Crescente Vermelho Árabe Sírio: mais de 460.000 pessoas fugiram do Líbano para a Síria, enquanto 25.000 fugiram para o Iraque”, afirmou Laerke.

“No que diz respeito aos movimentos do sul do Líbano para outros locais, o número global que tenho é de 842.000 pessoas deslocadas no total”, acrescentou, indicando que se trata de um número da Organização Internacional para as Migrações (OIM).

NR/HN/Lusa

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