A Câmara Municipal do Seixal manifestou-se indignada com a recente decisão do Governo de atribuir apenas uma vaga para médicos especialistas em Medicina Geral e Familiar à Unidade Local de Saúde Almada-Seixal (ULSAS). Esta medida foi considerada pela autarquia como totalmente insuficiente para responder às necessidades da população local.
De acordo com as estimativas da Câmara, seriam necessários 30 novos médicos de família para resolver o problema dos utentes sem médico atribuído. A Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS) havia inicialmente autorizado a ULSAS a solicitar 14 vagas, um número já considerado insuficiente. No entanto, no final do processo, apenas uma vaga foi efetivamente atribuída.
A situação é particularmente preocupante considerando que existem atualmente cerca de 38.000 utentes sem médico de família na região. Além disso, a autarquia alerta para o facto de vários médicos estarem prestes a atingir a idade da aposentação, enquanto outros estão a deixar o Serviço Nacional de Saúde (SNS) para trabalhar no setor privado.
A Câmara Municipal do Seixal argumenta que esta decisão do Governo não só compromete a prestação de cuidados de saúde primários, como também pode levar à sobrecarga dos médicos atualmente em funções na ULSAS, potenciando ainda mais a saída de profissionais para o setor privado.
A autarquia critica veementemente o Governo por não acompanhar a evolução demográfica do concelho e por prejudicar os milhares de utentes que dependem exclusivamente do SNS para consultas e acompanhamento médico. Relembra ainda que o acesso aos cuidados de saúde é um direito fundamental consagrado na Constituição da República Portuguesa.
Face a esta situação, a Câmara Municipal do Seixal exige ao Governo que retifique a situação, atribuindo o número necessário de vagas à ULSAS para responder adequadamente às necessidades da população. A autarquia defende um SNS universal, geral e tendencialmente gratuito, centrado no doente, e apela a um maior investimento na saúde da região.
Além da questão dos médicos de família, a Câmara Municipal do Seixal também critica os sucessivos adiamentos da construção do hospital prometido para o concelho, considerando que estas decisões acentuam as desigualdades no acesso à saúde, em vez de as reduzir.
A autarquia conclui exortando o Governo a inverter o que considera ser uma desvalorização do SNS, apelando a medidas concretas e eficazes para melhorar os cuidados de saúde primários na região e garantir que todos os cidadãos tenham acesso a um médico de família.
PR/HN/MM
0 Comments