O serviço regressa hoje à circular ferroviária do Porto com comboios “diretos entre Ovar e Leça do Balio, sem necessidade de mudança em Porto-Campanhã, bem como comboios entre Porto-Campanhã e Leça do Balio”, segundo uma nota conjunta da CP – Comboios de Portugal, Infraestruturas de Portugal (IP) e Câmara de Matosinhos divulgada em 24 de janeiro.
No total, a reabertura da linha terá como paragens Porto-Campanhã, Contumil, São Gemil, Hospital São João (novo apeadeiro) São Mamede de Infesta, Arroteia (novo apeadeiro) e Leça do Balio. Para já, fica de fora a reabertura até Leixões.
Estão previstos “60 comboios nos dias úteis, 30 em cada sentido, com oferta de dois comboios por hora e por sentido nas horas de ponta da manhã e da tarde”, e “aos sábados, domingos e feriados realizam-se 34 comboios, 17 por sentido”.
O novo serviço vai poder ligar Campanhã ao Hospital São João, no Porto, em 11 minutos (ou 18, em certos horários), e no total do percurso reaberto – entre Leça do Balio e Campanhã – estão previstos tempos de viagem entre os 19 minutos e os 27 minutos, dependendo dos horários.
Dentro desse percurso, destacam-se as ligações ao metro nas estações do Hospital São João, Contumil e Porto Campanhã, ainda que obrigando a algum tempo de percurso a pé entre os diferentes meios de transporte.
O novo serviço ferroviário liga ainda Ovar diretamente ao Hospital de São João (servindo o polo universitário da Asprela) em cerca de uma hora e cinco minutos, passando por Espinho e Vila Nova de Gaia.
Além dos projetos dos novos apeadeiros e respetivos acessos ao Hospital São João e Arroteia, e do alteamento das plataformas em Contumil e São Gemil, foi realizada uma beneficiação da iluminação pública existente nas estações de São Mamede de Infesta e Leça do Balio.
O apeadeiro do Hospital São João fica a 350 metros do hospital, na Rua Bouça da Cavadinha, e terá dois abrigos e uma paragem de autocarro nas imediações, consultou a Lusa.
Já o apeadeiro de Arroteia, nas imediações da Efacec, em Leça do Balio, fica situado precisamente na Rua da Arroteia, junto ao Parque C da Efacec e à zona industrial adjacente à Rua D. Frei Gonçalo Pais, mas contará com apenas um abrigo.
A linha servirá o polo universitário da Asprela no apeadeiro do Hospital São João, ou polos industriais como a Arroteia (próximo à Efacec) ou Leça do Balio (próximo à Lionesa e Unicer).
A partir de março, deverá entrar em funcionamento uma linha de autocarro da Unir, com uma frequência por hora, entre a estação de Leça do Balio e a Câmara de Matosinhos, disse à Lusa o vice-presidente da autarquia matosinhense, Carlos Mouta.
O protocolo para a reabertura do serviço ferroviário foi assinado entre a CP, IP e Câmara de Matosinhos em março de 2024, ainda homologado pelo antigo secretário de Estado Adjunto e das Infraestruturas, Frederico Francisco.
A Linha de Leixões também está ligada às linhas do Douro e Minho em Ermesinde, mas essa ligação não foi contemplada na reabertura do serviço, ao contrário do que era defendido pelo PCP, que também defende a criação de uma paragem em Carreiros (Rio Tinto), tal como a Junta de Freguesia local.
A reativação da Linha de Leixões deixará também de fora, para já, o serviço de passageiros na totalidade da sua extensão, até Leixões (Senhor de Matosinhos), sendo a respetiva ligação ao metro, STCP, futuro metrobus e rede Unir estudada numa segunda fase.
O serviço de passageiros na Linha de Leixões foi interrompido em 2011, após reabertura em 2009 a partir de Ermesinde e sem bilhética Andante.
A linha está inserida numa malha urbana de forte crescimento populacional da Área Metropolitana do Porto, abrangendo parte dos concelhos do Porto, Gondomar, Maia, Matosinhos e Valongo.
LUSA/HN
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