Lúcio Meneses de Almeida
Presidente do Conselho Nacional de Promoção da Saúde e Sustentabilidade Ambiental da Ordem dos Médicos

Saúde relacional: as relações humanas como determinante de saúde

02/16/2025

Nos idos de 1948, a recém-criada Organização Mundial da Saúde definia, pela primeira vez na história, a saúde como um estado de completo bem-estar. Até então, era-se saudável na ausência de queixas enquadráveis numa doença constante de um tratado de Medicina.

Não obstante a saúde ser o resultado de um processo de interação dinâmica entre o ser humano e o que o rodeia (ambiente), 1948 assume-se como um marco conceptual.

A saúde é determinada pelas condições de vida, físicas e sociais. A qualidade das relações interpessoais concorre para a saúde individual, organizacional e comunitária. E afigura-se tanto mais determinante quanto mais precoce é a fase de desenvolvimento humano a que diz respeito.

O conceito de saúde relacional tem vindo a ser ativa e meritoriamente divulgado, no nosso País, pelo Relational Lab. Uma das entidades subscritoras da Carta Portuguesa para a Saúde Relacional é a Ordem dos Médicos.

A saúde relacional assume uma particular transcendência nos serviços de saúde. Além de propiciadores de tensões e conflitos (destacando-se, neste âmbito, os serviços de urgência), a qualidade da relação médico-doente determina os desfechos clínicos.

O estabelecimento de uma “aliança terapêutica”, entre os utilizadores de serviços e os prestadores de cuidados, concorre para resultados terapêuticos favoráveis e, consequentemente, para a sustentabilidade dos sistemas de saúde.

Desta forma, a promoção da saúde relacional assume-se como um novo desiderato de toda a sociedade. Melhores relações são sinónimo de melhor saúde, maior produtividade e bem-estar!

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