Novos Antimaláricos Atacam Regulação Epigenética do Parasita da Malária

20 de Fevereiro 2025

Uma equipa internacional liderada pelas universidades LMU de Munique e Regensburg descobriu uma nova classe de fármacos antimaláricos que inibe a regulação genética do Plasmodium falciparum, eficaz em todas as fases do parasita, segundo estudo publicado hoje na Nature.

Uma equipa multinacional de investigadores, liderada pelas universidades Ludwig-Maximilians-Universität (LMU) de Munique e de Regensburgo, identificou uma nova classe de fármacos antimaláricos com potencial para revolucionar o tratamento desta doença, que continua a ser uma das maiores ameaças à saúde global. Publicado a 20 de fevereiro de 2025 na revista Nature, o estudo revela o papel crucial da proteína PfSnf2L, um complexo remodelador de cromatina, na regulação genética do Plasmodium falciparum, o parasita responsável pelas formas mais letais de malária.

A malária causou cerca de 247 milhões de infeções e mais de 600 mil mortes em 2022, sobretudo na África Subsaariana. A complexidade do ciclo de vida do parasita, que envolve múltiplas fases de desenvolvimento, tem dificultado o combate eficaz. A equipa descobriu que a PfSnf2L atua como um regulador central, garantindo a expressão dinâmica de genes essenciais para a sobrevivência do parasita em diferentes estágios. Ao inibir esta proteína, os investigadores desenvolveram uma molécula específica que elimina exclusivamente o Plasmodium falciparum, sem afetar células humanas.

“A PfSnf2L tem propriedades únicas que permitiram o desenvolvimento de um inibidor altamente específico, capaz de atuar em todas as fases do ciclo de vida do parasita”, explicou Gernot Längst, bioquímico da Universidade de Regensburgo. Markus Meißner, parasitologista da LMU, destacou que “esta abordagem epigenética pode evitar a resistência a fármacos, um dos maiores desafios no tratamento”.

A descoberta abre caminho para terapias combinadas, aumentando a eficácia de medicamentos existentes e bloqueando mecanismos de adaptação do parasita. A equipa, que incluiu investigadores da Universidade de Zurique, Penn State e Glasgow, planeia agora testar a segurança e eficácia destes inibidores em modelos pré-clínicos, com financiamento da Fundação Alemã de Investigação (DFG).

A integração da epigenética na investigação sobre malária surge como um avanço promissor, reforçando a esperança de um controlo sustentável da doença, que continua a devastar regiões vulneráveis.

NR/HN/Alphagalileo

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