O primeiro consenso português sobre inflamação tipo 2, denominado INFLAT2-PT, foi recentemente publicado, marcando um importante avanço na abordagem das doenças inflamatórias crónicas em Portugal. Este documento pioneiro, desenvolvido por um painel de 13 peritos nacionais em colaboração com o Instituto de Saúde Baseada na Evidência (ISBE), estabelece recomendações cruciais para o cuidado de pacientes com patologias inflamatórias crónicas do tipo 2.
Importância do Consenso
A inflamação tipo 2 é reconhecida como o mecanismo subjacente comum em várias doenças, incluindo asma, certos fenótipos de rinite, dermatite atópica, esofagite eosinofílica e rinossinusite crónica com pólipos nasais. O consenso INFLAT2-PT destaca a sobreposição entre estas condições clínicas, enfatizando o conceito de multimorbilidade.
Principais Conclusões
O documento apresenta 30 afirmações agrupadas em cinco domínios principais:
- Identificação da inflamação tipo 2 como mecanismo comum em várias doenças atópicas e alérgicas.
- Reconhecimento da sobreposição entre diferentes condições clínicas relacionadas.
- Necessidade de despistagem de patologias relacionadas em pacientes com uma doença inflamatória tipo 2.
- Importância da gestão multidisciplinar e colaboração interprofissional.
- Relevância de uma abordagem integrada que inclua saúde mental, cuidados primários e especializados.
Impacto na Saúde e Qualidade de Vida
As doenças inflamatórias tipo 2 afetam significativamente tanto a saúde física como mental dos pacientes. A gravidade aumenta quando há mais de uma doença associada, frequentemente resultando em distúrbios do sono e problemas de saúde mental. O consenso enfatiza a necessidade de uma maior compreensão destas condições para melhorar o diagnóstico e tratamento.
Expectativas Futuras
Com a publicação deste consenso, espera-se uma melhoria na compreensão do espectro das doenças associadas à inflamação tipo 2, uma colaboração interprofissional mais eficaz, implementação de cuidados integrados e multidisciplinares, além de contribuir para a identificação de prioridades estratégicas de investigação e tomada de decisões políticas na área da saúde em Portugal.
0 Comments