No âmbito do Dia de Sensibilização para o Cancro Anal, que se assinala a 21 de março, a Liga Portuguesa Contra o Cancro (LPCC) alerta para o aumento da incidência desta doença, particularmente em grupos de risco, como homens que têm sexo com outros homens. O Vírus do Papiloma Humano (HPV) é responsável por 84% dos casos de cancro anal, uma infeção sexualmente transmissível que afeta 75 a 80% das pessoas em alguma fase da vida.
Vítor Veloso, presidente da LPCC, sublinha a urgência de proteger a população através da vacinação contra o HPV, a forma de prevenção primária mais eficaz. Em Portugal, a cobertura vacinal até aos 15 anos atingiu 91% em 2023, mas é crucial alargar a vacinação a todos os jovens e grupos vulneráveis, como homens que fazem sexo com homens.
O HPV está associado a vários tipos de cancro, incluindo 95% dos cancros do colo do útero, 91% dos cancros do ânus e 70% dos cancros da orofaringe. A vacina contra o HPV integra o Programa Nacional de Vacinação desde 2008, sendo gratuita para raparigas e rapazes aos 10 anos.
O cancro anal, embora raro, tem vindo a aumentar, com maior incidência em mulheres e no grupo de homens que têm sexo com homens. Fatores de risco incluem infeção por HPV de alto risco, VIH, múltiplos parceiros sexuais, tabagismo e fístulas anais crónicas. Sintomas como prurido, dor, hemorragia e perda de controlo das fezes devem ser sinais de alerta.
A LPCC reforça a importância da prevenção, incluindo o uso de preservativo e a vacinação, para reduzir o impacto do HPV na saúde anal.
PR/HN/MMM
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