Um novo modelo de inteligência artificial (IA) foi apresentado no congresso anual da American College of Cardiology (ACC.25), destacando-se pela sua capacidade de diagnosticar enfartes agudos do miocárdio com alta precisão. O sistema foi treinado para analisar eletrocardiogramas (ECG) e identificar bloqueios nas artérias coronárias que necessitam de revascularização urgente. Os resultados indicam que o modelo supera a interpretação humana e os testes convencionais de troponina T, sendo comparável aos testes de alta sensibilidade.
Desenvolvido para uso em populações gerais nos serviços de urgência, o modelo é especialmente eficaz na deteção de enfartes sem elevação do segmento ST (NSTEMI), uma das formas mais difíceis de diagnosticar devido às alterações subtis no ECG. Testado em mais de 198 mil visitas hospitalares nos EUA e na Alemanha, o sistema classificou os pacientes em risco baixo, intermédio ou elevado com uma precisão notável.
Com uma área sob a curva (AUC) de 0.91 nos testes internos e 0.85 na validação externa, o desempenho do modelo ultrapassou significativamente os métodos tradicionais e reduziu atrasos no tratamento. Além disso, a IA demonstrou capacidade de identificar casos não diagnosticados anteriormente, alertando os médicos para intervenções mais rápidas.
A explicabilidade do modelo é um diferencial importante, permitindo que os investigadores correlacionem os parâmetros utilizados com marcadores clínicos estabelecidos. Embora ainda não substitua métodos convencionais, a ferramenta promete complementar diagnósticos em tempo real e melhorar processos clínicos.
Os investigadores planeiam estudos futuros para avaliar a aplicação prática do modelo em diferentes contextos hospitalares. Com acesso aberto e possibilidade de adaptação local, este avanço representa um marco significativo na integração da IA na medicina cardiovascular.
NR/HN/Alphagalileo
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