O CEO da Eli Lilly, David Ricks, manifestou preocupações sobre as consequências das tarifas comerciais impostas pelos EUA sob a administração de Donald Trump. Embora as farmacêuticas estejam temporariamente isentas das novas taxas, Ricks prevê que os custos adicionais serão inevitáveis e poderão afetar áreas críticas como a investigação e desenvolvimento (I&D). Segundo o executivo, os preços dos medicamentos são regulados nos EUA e na Europa, o que impede que as empresas transfiram os custos para os consumidores. Assim, os impactos das tarifas devem ser absorvidos internamente pelas companhias.
Ricks destacou que a redução em I&D seria uma das primeiras medidas para compensar os custos adicionais. “É um resultado decepcionante”, afirmou. A Eli Lilly já havia anunciado em fevereiro um investimento de 27 mil milhões de dólares na construção de quatro novas fábricas nos EUA, com a criação de cerca de 3.000 empregos. Este movimento foi impulsionado por incentivos fiscais anteriores e pela procura crescente por medicamentos como Mounjaro e Zepbound.
Apesar disso, o CEO sublinhou que a produção farmacêutica continua concentrada fora dos EUA e que o governo americano parece exigir tanto produção doméstica quanto propriedade intelectual gerada internamente. Paralelamente, a empresa mantém seus planos de investir 800 milhões de dólares numa nova instalação na Irlanda para atender à demanda internacional.
As tarifas propostas incluem taxas de até 25% sobre produtos farmacêuticos importados e podem gerar aumentos nos custos de produção e impactos na acessibilidade aos medicamentos. Embora Ricks respeite o mandato político do presidente Trump, ele alerta que essas mudanças representam um momento decisivo na política económica americana e podem ser difíceis de reverter.
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