Um milhão de europeus pedem proibição de “terapias de conversão” para LGBT+

17 de Maio 2025

Um milhão de europeus defendem a proibição de “terapias de conversão” para pessoas LGBT+ no continente, de acordo com os resultados de uma iniciativa de cidadãos a que a Agência […]

Um milhão de europeus defendem a proibição de “terapias de conversão” para pessoas LGBT+ no continente, de acordo com os resultados de uma iniciativa de cidadãos a que a Agência Lusa teve acesso.

Com este número atingido, a Comissão Europeia deverá responder publicamente a esta petição, assinada por inúmeras figuras do mundo cultural e político, como a cantora belga Angèle e o ex-primeiro-ministro francês Gabriel Attal.

As “terapias de conversão” afirmam alterar a orientação sexual ou a identidade de género de uma pessoa, principalmente ao equiparar a homossexualidade a uma doença.

Podem assumir a forma de sessões de exorcismo, cursos de formação ou até mesmo terapia de eletrochoques, entre uma série de abusos que têm repercussões psicológicas e até físicas duradouras nas pessoas, muitas vezes jovens, que são vítimas.

“A terapia de conversão deve ser proibida em toda a Europa”, defendeu a famosa artista Angèle, que revelou em 2020 que estava numa relação com uma mulher.

“Foi lançada uma petição corajosa para proibir a terapia de conversão em toda a Europa. Faltam apenas algumas horas para a assinar”, alertou Gabriel Attal na quinta-feira.

Foi o primeiro chefe de governo francês a discutir publicamente a sua homossexualidade e é agora o líder dos deputados do Renascimento (centro).

Segundo a associação ILGA, a terapia de conversão é completamente proibida apenas em oito países da União Europeia: França, Bélgica, Chipre, Alemanha, Malta, Portugal, Espanha e Grécia.

Esta campanha tem o potencial de “agitar as coisas”, espera Mattéo Garguilo, um estudante francês de 21 anos que iniciou a iniciativa.

Os cantores Pierre de Maere e Eddy de Pretto, a atriz Marie Papillon e vários políticos franceses de esquerda e do campo presidencial apoiaram a iniciativa.

Até hoje à tarde, foram recolhidas mais de um milhão de assinaturas, o limite necessário, dos 27 países da UE.

Mas este mecanismo não tem qualquer efeito vinculativo: embora a Comissão seja obrigada a responder, nada a obriga a transformar esta iniciativa num novo ato jurídico europeu.

O texto pede à Comissão Europeia que “proponha uma proibição legal vinculativa de práticas de conversão dirigidas a cidadãos LGBTQ+” na União Europeia.

Sem comentar medidas concretas, a Comissária Europeia para a Igualdade, Hadja Lahbib, manifestou o seu apoio às vozes que “se manifestam contra estas práticas, que são vergonhosas e, por vezes, até levam ao suicídio”.

Em setembro, a presidente da Comissão, Ursula von der Leyen, determinou-lhe que estabelecesse uma estratégia “em torno da igualdade das pessoas LGBTQI” após 2025.

Esta estratégia deve focar-se particularmente em “proibir a prática da terapia de conversão”, indicou.

NR/HN/Lusa

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