Um novo estudo realizado por investigadores do Jean Mayer USDA Human Nutrition Research Center on Aging da Tufts University e da Harvard T.H. Chan School of Public Health, publicado a 16 de maio na revista JAMA Network Open, indica que a qualidade dos hidratos de carbono consumidos durante a meia-idade pode ser determinante para a saúde nas décadas seguintes. A análise baseou-se em dados do Nurses’ Health Study, que acompanhou mais de 47 mil mulheres entre 1984 e 2016, avaliando padrões alimentares e o seu impacto na saúde entre os 70 e 93 anos.
Os resultados mostram que a ingestão de hidratos de carbono totais, hidratos de carbono não refinados provenientes de cereais integrais, frutas, legumes e leguminosas, bem como o consumo de fibra alimentar, estiveram associados a uma probabilidade entre 6% e 37% maior de envelhecimento saudável. Este conceito foi definido como ausência de 11 doenças crónicas, manutenção das capacidades cognitivas e físicas, e bom estado de saúde mental, reportados pelas próprias participantes.
Em contraste, o consumo de hidratos de carbono refinados, como açúcares adicionados, cereais refinados e batatas, e de vegetais ricos em amido, associou-se a uma probabilidade 13% menor de envelhecimento saudável. Os investigadores sublinham que estes dados reforçam a importância de uma alimentação rica em frutas, legumes, cereais integrais e leguminosas para prevenir doenças crónicas e preservar as funções física e cognitiva ao longo do tempo.
Apesar de a amostra ser composta maioritariamente por mulheres brancas profissionais de saúde, os autores acreditam que os resultados abrem caminho para novas investigações em populações mais diversas e para a compreensão dos mecanismos que ligam a alimentação à qualidade de vida na velhice.
Referência: “Dietary Carbohydrate Intake, Carbohydrate Quality, and Healthy Aging in Women” JAMA Network Open. 2025;8(5):e2511056. doi:10.1001/jamanetworkopen.2025.11056
NR/HN/Alphagalileo
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