Investigadores testam com êxito uma nova terapia para cancro da mama triplo negativo

27 de Maio 2020

Estes tipos de tumores TNBC não expressam nenhum dos três recetores envolvidos na maioria dos cancros da mama (estrogénio, progesterona e HER2). Portanto, os tratamentos mais comuns, como a terapia hormonal, não são viáveis nestes pacientes.

Estes tipos de tumores TNBC não expressam nenhum dos três recetores envolvidos na maioria dos cancros da mama (estrogénio, progesterona e HER2). Portanto, os tratamentos mais comuns, como a terapia hormonal, não são viáveis nestes pacientes.

O novo estudo, liderado por Mar Orzáez, investigadora principal do Laboratório de Peptídeos e Proteínas do Centro de Investigação Príncipe Felipe (CIPF), e Ramón Martínez Máñez (na imagem), membro da Unidade Conjunta do CIPF e da Universidade Politécnica de Valência (UPV) em Mecanismos de Doenças e Nanomedicina, demonstra que um tratamento combinado de um indutor de senescência e uma nanopartícula senolítica remove seletivamente células senescentes, atrasa a crescimento tumoral e reduz as metástases num modelo agressivo de cancro em ratos.

Até ao momento, a aplicação de indutores de senescência representa uma estratégia de tratamento bem-sucedida em doentes com cancro da mama, embora a acumulação de células senescentes no corpo possa, por vezes, promover a recorrência do tumor.

A senescência celular ou o envelhecimento ocorrem em situações fisiológicas e patológicas. Quando uma célula entra em senescência, deixa de se dividir e liberta substâncias que provocam inflamação.

Quando ocorre uma acumulação descontrolada dessas células senescentes, o excesso de fatores inflamatórios pode acabar por danificar as células saudáveis, contribuindo para o envelhecimento, o aparecimento de patologias como diabetes, doenças neurodegenerativas ou o desenvolvimento de tumores e metástases.

Com esta nova abordagem, após a indução da senescência, as células são eliminadas mediante o tratamento com uma nanopartícula senolítica. Abre-se uma nova oportunidade terapêutica para melhorar os resultados em pacientes com cancro da mama e, ao mesmo tempo, propõe-se um novo tratamento combinado que pode ser relevante para outros fármacos quimioterapêuticos indutores de senescência.

Os resultados, publicados no “Journal of Controlled Release” (JCR), oferecem novas abordagens terapêuticas para avançar com ensaios clínicos e permitem abordar diferentes tipos de tumores.

Orzáez e Máñez referem que “a indução da senescência nos tumores representa um avanço no tratamento do cancro, que pode ser ainda maior em combinação com este tipo de tratamentos senolíticos que eliminam as células senescentes e ajuda a reduzir as metástases”.

Manuel Serrano, do “Institut de Recerca Biomèdica” (IRB), em Barcelona, também colaborou no estudo.

Artigo original Aqui

NR/HN/Adelaide Oliviera

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