UE insta EUA a recuar na saída da OMS para evitar “enfraquecimento de resultados”

30 de Maio 2020

A União Europeia (UE) instou hoje os Estados Unidos a recuarem na decisão de sair da Organização Mundial de Saúde (OMS), para evitar um "enfraquecimento dos resultados internacionais" no combate à covid-19, anunciando a mobilização de verbas adicionais.

“Face a esta ameaça global [que é a covid-19], chegou o momento de reforçar a cooperação e de encontrar soluções comuns. Devem ser evitadas ações que enfraqueçam os resultados internacionais e, neste contexto, instamos os Estados Unidos a reconsiderarem a sua anunciada decisão”, frisam a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e o Alto Representante da UE para a Política Externa, Josep Borrell, numa declaração conjunta hoje divulgada.

Para estes responsáveis, “a cooperação e a solidariedade globais através de esforços multilaterais são as únicas vias eficazes e viáveis para vencer esta batalha que o mundo enfrenta”, razão pela qual sustentam que “a OMS precisa de continuar a ser capaz de liderar a resposta internacional às pandemias, atuas e futuras”.

“Para tal, a participação e o apoio de todos é necessária e muito necessária”, vincam.

Na declaração, Ursula von der Leyen e Josep Borrell assinalam ainda que, “enquanto o mundo continua a combater a pandemia de covid-19, a principal tarefa de todos é salvar vidas e conter e mitigar esta pandemia”.

“A UE continua a apoiar a OMS nesta questão e já disponibilizou financiamento adicional”, anunciam.

Ainda assim, os altos responsáveis da UE consideram ser necessária uma “avaliação da resposta global”, uma vez que “há ensinamentos a retirar desta pandemia, do seu surto e da resposta que lhe é dada”.

Na sexta-feira, o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou que terminou o relacionamento entre os Estados Unidos e a OMS, que acusou de ser inapta na gestão da pandemia de covid-19.

Donald Trump alegou que a OMS não soube responder de forma eficaz ao seu apelo para introduzir alterações no seu modelo de financiamento, depois de já ter ameaçado cortar o financiamento norte-americano a esta organização das Nações Unidas, acusando-a de ser demasiado benevolente com o Governo chinês.

“Porque falharam em fazer as reformas necessárias e requeridas, terminamos o nosso relacionamento com a Organização Mundial de Saúde e iremos redirecionar os fundos para outras necessidades urgentes e globais de saúde pública que possam surgir”, disse Trump, em declarações aos jornalistas.

No início deste mês, o Presidente norte-americano tinha feito um ultimato à OMS, ameaçando cortar a ligação à organização se não fossem feitas reformas profundas na sua estrutura e no seu ‘modus operandi’.

Nessa altura, Trump suspendeu temporariamente o financiamento à OMS, no valor que está estimado em cerca de 400 milhões de euros anuais, o que corresponde a 15% do orçamento da organização.

Trump acusou a OMS de ter feito uma gestão ineficaz de combate à pandemia de covid-19 e de ter sido conivente com o Governo chinês, alegando que Pequim reteve informação relevante sobre a propagação do novo coronavírus, que aumentou os riscos da crise sanitária global.

A nível global, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 364 mil mortos e infetou mais de 5,9 milhões de pessoas em 196 países e territórios.

Mais de 2,4 milhões de doentes foram considerados curados.

LUSA/HN

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