Autoridades de saúde de Cabo Verde alertam para abuso no desconfinamento

1 de Junho 2020

As autoridades de saúde de Cabo Verde alertaram hoje para o abuso no desconfinamento, com aglomerações e convívios após o estado de emergência, e pediram maior responsabilidade e mudança de comportamento em relação às medidas preventivas da pandemia.

Em conferência de imprensa para fazer o balanço da doença em Cabo Verde, na Praia, ilha de Santiago, o diretor nacional de Saúde, Artur Correia, reafirmou que a situação no país continua estacionária, sendo “consolidada” na Boa Vista, enquanto a curva epidemiológica na Praia, o foco do novo coronavírus no país, dá alguma tranquilidade.

Artur Correia pediu mais responsabilidade às pessoas, sobretudo após o fim do estado de emergência e o aliviar de restrições, o que levou a aglomerações, sobretudo em praias e, também, em convívios e festas, que juntaram muitas pessoas no mesmo espaço.

“Há tendência das pessoas em usarem e abusarem um pouco desta fase de desconfinamento. O apelo que faço, em nome do Ministério da Saúde, é que haja responsabilização, as pessoas tenham consciência de que tudo o que fizerem em relação às boas práticas para prevenção e combate à covid-19 é para a sua saúde, dos seus familiares e da comunidade”, insistiu.

 Na ilha de Santiago, a última a sair do estado de emergência no sábado, continuou com algumas restrições, nomeadamente interdição das praias, enquanto nas outras ilhas foram aliviadas algumas medidas, mas as autoridades pedem prevenção.

 O porta-voz do Ministério da Saúde pediu igualmente uma “maior responsabilidade” aos grupos de risco, nomeadamente os idosos, bem como às pessoas que têm familiares doentes de risco em casa, com diabetes ou hipertensão.

 “Infetando essas pessoas em casa, poderão passar por períodos difíceis, porque são pessoas em risco maior em relação à covid-19”, declarou Artur Correia, que instou as autoridades a fazer cumprir as medidas no sentido de evitar aglomerações de pessoas.

O diretor nacional de Saúde sublinhou que “todas as ilhas estão em risco” de ter casos da doença, depois de Boa Vista, Santiago e São Vicente, e, desde hoje, o Sal registar o seu primeiro caso.

“Todas as ilhas têm de estar vigilantes, têm de estar preparadas para qualquer eventualidade. Daí o apelo para a responsabilidade, mesmo na ausência do estado de emergência, que evidentemente não podia continuar para sempre, porque o país tem de continuar”, prosseguiu a autoridade de Saúde.

Na mesma conferência de imprensa, a presidente do Instituto Nacional de Saúde Pública, Maria da Luz Mendonça, também chamou a atenção para algum relaxamento das medidas de prevenção, com registo de aglomerações em praias e mar e festas.

 A responsável do INSP notou que em alguns países que levantaram o estado de emergência houve aumento do número de casos, tendo inclusive alguns regressado a esse estado de exceção em alguns bairros.

 “Mas nós não queremos que isso venha a acontecer em Cabo Verde. É normal que as pessoas estejam ansiosas para sair, mas mesmo que a situação esteja estável, todos os dias estamos a diagnosticar casos”, sublinhou Maria da Luz Mendonça.

 Segundo os dados atualizados esta tarde pelas autoridades de saúde, desde 19 de março Cabo Verde registou um acumulado de 458 casos de covid-19, distribuídos pelas ilhas de Santiago (397), Boa Vista (56), São Vicente (4) e Sal (1).

Do total, registaram-se dois óbitos, dois doentes foram transferidos e 211 são considerados curados da doença, fazendo com que o país tenha neste momento 241 doentes internados nos isolamentos institucionais.

A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 372 mil mortos e infetou mais de 6,1 milhões de pessoas em 196 países e territórios.

Mais de 2,5 milhões de doentes foram considerados curados.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

LUSA/HN

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