Ana Pisco, diretora do Agrupamento de Centros de Saúde Oeste Norte, afirmou à agência Lusa que a empresa tem “11 casos confirmados”, que se encontram em isolamento profilático, e que, até sexta-feira, todos os trabalhadores da central fruteira vão ser testados.
“A central fruteira está nas nossas prioridades de testagem, porque os testes estavam marcados para segunda-feira e foram antecipados por o surto estar a evoluir”, explicou.
Os primeiros casos de infeção, cujos resultados foram conhecidos na segunda-feira, “estão relacionados com o facto de haver trabalhadores a conviver sem máscara uns com os outros durante a hora de almoço”, explicou à Lusa Joana Torres, diretora de recursos humanos da empresa.
Segundo a responsável, a empresa possui 330 trabalhadores, dos quais 10 acusaram positivo e são residentes no Bombarral ou em concelhos limítrofes.
Os testes começaram a ser realizados, dando prioridade aos trabalhadores que “contactaram de perto nas pausas” e, entre os testados, cinco acusaram negativo à covid-19, havendo trabalhadores a serem hoje testados.
Cerca de 25 a 30 encontram-se em quarentena.
Até hoje, o surto “ainda não está a pôr em causa o fornecimento” de frutas para o mercado externo e para três cadeias de hipermercados, mas, “se o foco de infeção aumentar, pode pôr em causa” esse fornecimento, admitiu a responsável da empresa.
Desde o início da pandemia que, dentro da central fruteira, os trabalhadores usam máscara, desinfetam as mãos e o calçado com regularidade, no âmbito do plano de contingência, que aumentou para hora e meia o intervalo entre o fim do primeiro turno e o início do segundo para não haver cruzamento de trabalhadores.
A empresa dividiu também os trabalhadores por várias pausas para o almoço e lanche, para evitar a aglomeração de pessoas.
Desde que os primeiros casos de infeção surgiram que a central está a seguir todas as recomendações das autoridades de saúde, garantiu Joana Torres.
O surto nesta empresa “é preocupante”, disse à Lusa o presidente da câmara do Bombarral, Ricardo Fernandes, que hoje ao final da manhã estava em diligências para garantir com rapidez a testagem a todos os trabalhadores da central fruteira.
O Bombarral regista 12 casos confirmados de infeção, dos quais sete estão ativos.
A autarquia admitiu, em comunicado, ser “expectável que se venha a verificar um aumento do número de casos confirmados nos próximos dias”, devido ao surto na central fruteira.
Questionada sobre o surto no Bombarral, a diretora-geral da Saúde disse hoje em conferência de imprensa, que “é uma zona onde é utilizada mão de obra temporária” em explorações agrícolas e “está sob grande incidência e observação das autoridades de saúde”.
Graça Freitas adiantou que “há vistorias programadas e a serem efetuadas em relação a diversas empresas e há planos para fazer testes a todas as empresas de maior risco”.
A diretora-geral da Saúde apelou aos trabalhadores para que cumpram os planos de contingência das empresas, alertando que “não há risco zero”, nem “plano de contingência infalível”.
Em Portugal, morreram 1.455 pessoas das 33.592 confirmadas como infetadas, e há 20.323 casos recuperados, de acordo com a Direção-Geral da Saúde.
LUSA/HN
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