Mepolizumab é solução para tratar a asma eosinofílica longe do hospital.
[xyz-ips snippet=”Excerpto”]
Durante a pandemia do novo coronavírus os doentes com asma e asma grave foram recomendados pelos seus médicos a não interromper a medicação como geralmente costumam fazer durante o verão. Uma das alternativas às idas ao hospital para os pacientes com asma eosinófilica pode ser o Nucala®.
“A única medida que tomámos em termos da situação de COVID-19 foi dizer aos pacientes que não interrompam a medicação durante o verão”, disse a Dra. Joana Caiado, assistente hospitalar graduada no Hospital de Santa Maria, em Lisboa. A medida é dirigida sobretudo aos doentes com asma alérgica, que costumam estar mais protegidos durante esta época face à sazonalidade dos sintomas.
Ainda assim, estes doentes estão em relativa segurança, já que “os doentes com asma não estão em maior risco de contrair COVID-19, mas estão mais sujeitos a um agravamento dos sintomas”, justifica a Dra. Joana Caiado
É neste contexto que surge o Mepolizumab. O medicamento está agora disponível em caneta ou seringa pré-cheia, de forma a evitar deslocações ao hospital em pacientes que são considerados como um dos grupos de risco durante a atual pandemia de COVID-19.
De acordo com a Dra. Joana Caiado, o medicamento “administra-se pela via subcutânea uma vez por mês no hospital” e destina-se aos pacientes que sofrem não apenas de asma grave (que representa 10% dos caoso de asma), mas de asma eosinofílica.
O Mepolizumab é “um anticorpo monoclonal para tratar a asma grave que está aprovado para a asma eosinofílica. Ele vai bloquear uma das interleucinas importantes, a interleucina 5 – muito importante para a produção e absorção dos eosinófilos pelos tecidos”, explica o Dr. Pedro Martins Carreiro, médico de imunoalergologia no Hospital da Luz, em Lisboa.
Os eosinófilos são células imunitárias importantes no combate à asma, bem como a outras reações alérgicas, mas são também causadores da maioria das infeções que ocorrem em pacientes com asma grave. É recorrente que estes pacientes apresentam níveis mais elevados destes glóbulos brancos no sangue, podendo em alguns casos aumentar o seu número em 79%. Ao utilizar Mepolizumab, o paciente impede a ligação entre a interleucina 5 e o eosinófilo evitando as infeções.
Para o Dr. Martins Carreiro, o método de autoadministração em que está agora disponível o Mepolizumab é sobretudo uma vantagem em termos de conforto que não peca em termos de segurança: “Se foi aprovado para se autoadministrar em casa é porque se trata de um medicamento seguro. Já há vários anticorpos monoclonais que são administrados em casa. Basicamente vem facilitar a vida ao doente, que escusa de se deslocar ao hospital para fazer a administração. Quanto ao medicamento, pode ser comprado numa farmácia perto de casa, nem é preciso ir ao hospital. É um método eficaz e com segurança”, garante o imunoalergologista.
0 Comments