Governo dos Açores financia 17 bolsas de reintegração a ex-toxicodependentes

14 de Setembro 2021

A associação Alternativa, na ilha de São Miguel, nos Açores, vai atribuir bolsas de reinserção e reintegração a toxicodependentes que concluíram o tratamento, revelou esta terça-feira o Governo Regional, que disponibilizou um apoio financeiro à instituição.

“São 17 bolsas atribuídas mensalmente durante um período de um ano àqueles que concluem com sucesso o respetivo processo terapêutico e de reintegração social”, afirmou, em declarações à Lusa, o secretário regional da Saúde e Desporto dos Açores, Clélio Meneses.

O governante assinou hoje, em Ponta Delgada, um acordo de cooperação financeira entre o executivo açoriano e a Alternativa – Associação Contra as Dependências, de cerca de 38 mil euros anuais, que permite entre outras medidas a atribuição destas bolsas.

Segundo Clélio Meneses, as bolsas mensais, com um valor de 100 euros, são uma forma de “garantir um estímulo positivo” a quem conclui o tratamento.

“A experiência que esta associação tem é de que os estímulos positivos são uma das formas mais eficazes de intervir neste problema”, frisou.

O acordo assinado hoje vai permitir também o acompanhamento dos utentes da Alternativa por um médico psiquiatra, a contratação de um enfermeiro e o acesso a outros cuidados de saúde, como consultas de diferentes especialidades, medicação ou reabilitação.

Comparticipa ainda um projeto de intervenção pedagógica, que visa promover um estilo de vida saudável e a reabilitação socioprofissional.

Sem “números atualizados” nos Açores sobre o consumo de substâncias psicoativas na região, o secretário regional da Saúde disse que há uma perceção de que houve “um aumento significativo e preocupante”, agravado pela pandemia de Covid-19.

“É cada vez mais um problema transversal e cada vez mais através de substâncias com maior grau de complexidade, como são as substâncias químicas, de mais fácil acesso, de maior dificuldade de intervenção e controlo e até de criminalização”, afirmou.

“O tempo pandémico também contribuiu para este tipo de soluções, por assim dizer, mais caseiras, mas com um impacto cada vez mais destrutivo na vida das pessoas”, acrescentou.

Clélio Meneses disse que o executivo açoriano conta apresentar “ainda durante este ano” um “plano intersetorial e sistémico” de prevenção das dependências, que envolve outros áreas de governação como a Educação, a Cultura e o Desporto, associações de juventude e autarquias locais.

“Estamos muito focados na construção de um plano que visa prevenir este problema antes de ele acontecer com a intensidade dramática com que está a acontecer na Região Autónoma dos Açores”, salientou.

LUSA/HN

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