De acordo com o Centro de Controlo de Doenças (CDC) da Nigéria, os casos foram contabilizados até 05 de setembro.
As crianças entre os cinco e os 14 anos são as mais afetadas e taxa de mortalidade global é de 3,3%, mais do dobro da de Covid-19 (1,3%).
Na Nigéria, pelo menos 2.323 pessoas morreram alegadamente de cólera este ano, mas há a preocupação de que os números sejam maiores, uma vez que muitas comunidades afetadas se encontram em zonas de difícil acesso.
Os estados do norte, onde as inundações e a falta de saneamento aumentam o risco de contágio, são os mais afetados. Os 19 estados do norte contam 98% casos suspeitos.
A cólera é endémica e sazonal no país mais populoso de África, em que apenas 14% da população de mais de 200 milhões tem acesso a serviços de abastecimento de água potável, de acordo com dados do governo do ano passado, que revelaram também que a defecação a céu aberto ainda é praticada por cerca de 30% de habitantes em 14 estados.
A Nigéria continua ainda a ter surtos regulares de febre amarela, febre de Lassa, sarampo e outras doenças infeciosas.
“Devemos manter-nos conscientes de que estes múltiplos surtos podem prejudicar ainda mais o nosso sistema de saúde”, disse o diretor-geral cessante do CDC, Chikwe Ihekweazu, em declarações à agência de notícias AP.
Chikwe Ihekweazu e outras autoridades indicaram que a experiência com estas crises de saúde ajudou o país a preparar-se para o pior.
“O investimento anterior em capacidade de diagnóstico, gestão de casos, sistemas de vigilância eletrónica, vigilância baseada em eventos, comunicação de risco, sistemas de gestão logística e desenvolvimento de força de trabalho nacional / subnacional foram recompensados significativamente durante a pandemia da covid-19”, afirmou.
No entanto, o investimento não conteve a cólera e, em alguns estados, as autoridades referiram que a Covid-19 ocupou o centro das atenções.
O surto de cólera de 2021, com a taxa de mortalidade mais alta dos últimos quatro anos, é agravado pelo que muitos consideram ser uma prioridade maior para os governos estaduais nigerianos: a pandemia da Covid-19.
A Nigéria enfrenta um reaparecimento de casos de infeção provocados pela variante Delta.
Menos de 1% da população foi totalmente vacinada contra a Covid-19.
LUSA/HN
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