“Até ao momento, ainda não temos candidaturas de médicos, o que não quer dizer que não possamos vir a ter”, afirmou Paulo Morgado, notando que ainda podem surgir candidatos até 30 de setembro, data até à qual vigora o programa de mobilidade temporária.
De acordo com o responsável, apesar de a lista elaborada pelo Centro Hospitalar e Universitário do Algarve (CHUA) identificar a necessidade de 60 médicos para a região no verão, isso não significa que os hospitais não consigam assegurar as escalas.
“Trata-se de um número indicativo e este é mais um mecanismo que temos à nossa disposição para reforçar as escalas e dar resposta às necessidades que, nesta altura do ano, são sempre acrescidas, embora não muito, porque este ano está a ser um verão atípico, com poucos turistas”, notou.
Segundo Paulo Morgado, as escalas “estão asseguradas”, devido à contratação de médicos externos para ajudar a “colmatar as falhas que algumas vezes existem”, mas que, segundo o dirigente, têm sido “pontuais”.
O presidente da ARS/Algarve dá o exemplo das dificuldades em assegurar as escalas no serviço de Pediatria no hospital de Portimão, que “de vez em quando falham”, sendo este “um problema crónico”, com décadas.
“Não estamos a contar apenas com isto [mobilidade temporária], nem é a forma principal que temos para dar resposta às necessidades. É mais um instrumento que temos à nossa disposição”, reiterou.
Este ano, além de médicos, o programa contempla enfermeiros e, neste caso, a ARS/Algarve já recebeu algumas candidaturas, mas “também não muitas” – cerca de sete, referiu.
Paulo Morgado acredita que o facto de este ser um “ano especial” também pode “condicionar a adesão dos profissionais de saúde” que, tal como alguns portugueses, poderão optar por não sair da sua zona de residência.
A pandemia de covid-19 e o facto de haver menos mobilidade por parte da população portuguesa, assim como de turistas, já provocou uma redução na afluência aos serviços de urgências no Algarve em relação a anos anteriores, indicou.
O anúncio para a contratação de médicos durante o período de verão, num modelo excecional de mobilidade temporária, abriu em junho e vigora até setembro, contemplando alojamento e ajudas de custo.
De acordo com a lista de necessidades de pessoal médico, Anestesiologia e Pediatria são as especialidades em que há mais profissionais em falta (sete em cada especialidade), seguidas de Medicina Intensiva e Ortopedia (seis cada).
Segundo a lista, ao todo seriam necessários 60 profissionais de 15 especialidades para o reforço de verão, 36 para o hospital de Faro, 18 para o de Portimão e seis para os centros de saúde.
LUSA/HN
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