Regulador europeu aprova uso de emergência de antiviral molnupiravir

20 de Novembro 2021

A Agência Europeia do Medicamento aprovou o uso de emergência do antiviral molnupiravir para a covid-19, a decidir por cada Estado-Membro da União Europeia.

O medicamento, que não está ainda autorizado na União Europeia, pode ser usado para tratar adultos com covid-19 que não necessitam de oxigénio suplementar, mas que apresentam risco acrescido de ter a doença na sua forma grave, refere o regulador em comunicado publicado no seu portal.

O antiviral, também conhecido pelo nome Lagevrio, deve ser administrado “assim que possível após o diagnóstico” e no prazo de cinco dias após o aparecimento de sintomas. Disponível em cápsulas, o medicamento deve ser tomado duas vezes por dia, durante cinco dias.

O regulador europeu do medicamento justifica a recomendação do uso do antiviral molnupiravir no tratamento da covid-19, mesmo não estando ainda autorizada a sua comercialização, para “apoiar as autoridades nacionais que podem decidir sobre a possível utilização precoce do medicamento”, por exemplo em contexto de “uso de emergência”, face ao “aumento das taxas de infeção e mortes por covid-19 na União Europeia”.

A decisão da agência, no caso do Comité de Medicamentos para Uso Humano, baseou-se numa revisão de dados, que incluiu resultados de um ensaio clínico com doentes não hospitalizados e não vacinados com uma comorbilidade que os colocava em risco de covid-19 grave.

Os efeitos secundários, ligeiros a moderados, mais frequentes durante o tratamento e nos 14 dias após a última toma do medicamento foram diarreia, náuseas, tonturas e dor de cabeça.

O antiviral não é recomendado durante a gravidez e em mulheres que podem engravidar e não usam métodos contracetivos eficazes. A amamentação deve ser interrompida durante o tratamento e quatro dias depois.

Produzido pela farmacêutica Merck Sharp & Dohme, em colaboração com a empresa biotecnológica Ridgeback Biotherapeutics, o medicamento reduz a capacidade do coronavírus SARS-CoV-2, que provoca a covid-19, de se replicar no corpo, aumentando o número de mutações no material genético do vírus de uma forma que prejudica a sua capacidade de se multiplicar.

LUSA/NR/HN

0 Comments

Submit a Comment

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

ÚLTIMAS

Daniel Ferro: Retenção de Médicos no SNS: Desafios e Estratégias

Daniel Ferro, Administrador Hospitalar na USF S. José, apresentou no 10º Congresso Internacional dos Hospitais um estudo pioneiro sobre a retenção de profissionais médicos no Serviço Nacional de Saúde (SNS). A investigação revela as principais causas de saída e propõe estratégias para melhorar a retenção de talentos.

Inovação Farmacêutica: Desafios e Oportunidades no Acesso a Novos Medicamentos

A inovação farmacêutica enfrenta desafios significativos no que diz respeito ao acesso e custo de novos medicamentos. Num cenário onde doenças como Alzheimer e outras condições neurodegenerativas representam uma crescente preocupação para os sistemas de saúde, o Professor Joaquim Ferreira, Vice-Diretor da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa, abordou questões cruciais sobre o futuro da inovação terapêutica, os seus custos e o impacto na sociedade durante o 10º Congresso Internacional dos Hospitais, uma iniciativa da Associação Portuguesa de Desenvolvimento Hopitalar (APDH).

Desafios e Tendências na Inovação Farmacêutica: A Perspetiva de Helder Mota Filipe

O Bastonário da Ordem dos Farmacêuticos, Helder Mota Filipe, abordou os principais desafios e tendências na inovação farmacêutica durante o 10º Congresso Internacional dos Hospitais. A sua intervenção focou-se na complexidade de garantir o acesso a medicamentos inovadores, considerando as limitações orçamentais e as mudanças demográficas e epidemiológicas em Portugal

Carlos Lima Alves: Medicamentos Inovadores: O Desafio do Valor Sustentável

Carlos Lima Alves, Médico e Vice-Presidente do Infarmed, abordou a complexa questão dos medicamentos inovadores no 10º Congresso Internacional dos Hospitais, promovido pela Associação Portuguesa de Desenvolvimento Hospitalar (APDH). A sua intervenção centrou-se na necessidade de equilibrar o valor dos medicamentos com os custos associados, destacando a importância de uma avaliação rigorosa e fundamentada para garantir que os recursos financeiros sejam utilizados de forma eficaz e sustentável.

Projeto Pioneiro em Portugal Aborda Gestão de Resíduos na Diabetes

A Unidade Local de Saúde de Matosinhos apresentou um projeto inovador sobre a gestão de resíduos resultantes do tratamento da diabetes, na 17ª Edição dos Prémios de Boas Práticas em Saúde. O projeto “Diabetes e o meio ambiente” visa sensibilizar e capacitar pacientes e famílias para a correta separação de resíduos, contribuindo para a sustentabilidade ambiental.

MAIS LIDAS

Share This